CGU aponta superfaturamento em obras da Codevasf
A investigação identificou uso de material abaixo das especificações contratuais

Uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que a Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, superfaturou o preço do asfalto em obras de pavimentação em dez estados do país, resultando em um prejuízo de R$ 7,3 milhões.
A auditoria apontou a “inobservância de parâmetros normativos” do asfalto aplicado nas obras, como espessura e aderência inadequadas dos pavimentos.
A CGU destacou a “baixa capacidade da Codevasf de acompanhar adequadamente as obras de pavimentação analisadas, especialmente quanto aos requisitos de qualidade”. Em resposta, a companhia afirmou que observa as “recomendações de órgãos de controle” e que notifica as empresas responsáveis para correção de quaisquer imperfeições ou inconformidades nas obras.
Os estados com irregularidades foram Amapá, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins, Piauí e Pernambuco. Além do sobrepreço do material, o relatório da CGU ressaltou que a baixa qualidade dos pavimentos resultará em maior frequência de manutenção e menor vida útil das vias, aumentando os custos para a administração pública.
“Para além do prejuízo decorrente do superfaturamento, o dano provocado à administração pública é muito maior, tendo em vista que a baixa qualidade dos pavimentos executados implicará em maiores custos de manutenção, além da perda precoce dessas obras, comprometendo a efetividade das entregas estatais”, diz o reltório.