PRD diz que Padre Kelmon lançou candidatura sem conversar com partido e descarta apoio
Segundo o presidente do PRD, Ovasco Resende, o assunto sequer foi debatido internamente
O ex-candidato à presidência da República, Padre Kelmon (PRD) anunciou na quarta-feira (31), a pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024, mas Kelmon não comunicou seu partido, que já declarou que não irá apoiá-lo nessa corrida eleitoral.
Segundo o presidente do PRD, Ovasco Resende, o assunto sequer foi debatido. “Não temos conhecimento nenhum disso na executiva nacional. Posso dizer com 100% de certeza que ninguém teve essa conversa, nada”.
Padre Kelmon, conhecido pelos embates cômicos nas sabatinas durante a campanha eleitoral presidencial, disse que o anúncio é uma decisão dele, atendendo a um “chamado do povo de São Paulo” , mas não respondeu se teve ou não conversas com a direção do partido antes de anunciar a candidatura. No entanto, reclamou do tratamento de abandono que recebeu do próprio partido.
“Se o presidente do partido está dizendo isso, ele está querendo dizer que o Padre Kelmon procure outra casa. Então, eu vou procurar”, declarou o padre. “O que eu confirmo é que sou pré-candidato à prefeitura de São Paulo. Partido não faltará”, afronta.
O PRD ainda não definiu se terá um nome próprio nas eleições da capital paulista, mas já descarta tanto o Padre Kelmon quanto o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que para o Diário do Poder afirmou que “jogou a toalha” e desistiu de concorrer às eleições de SP.
A sigla, criada a partir da fusão entre o PTB e o Patriota para atingir a cláusula de barreira, tem direito ao tempo de propaganda gratuita em rádio e televisão, o que pode ser usado como moeda de troca ao negociar apoio. Por outro lado, não tem presença garantida em debates caso entre na disputa.
Kelmon é originário do PTB, ainda que o antigo partido tenha ajudado a alcançar o percentual mínimo de votos em nove estados, não elegeu nenhum deputado ou senador na eleição passada. Já o Patriota atualmente conta com quatro representantes na Câmara. Ainda assim, o número é insuficiente para garantir a participação em um eventual debate na TV; a Lei das Eleições exige uma bancada de ao menos cinco parlamentares no Congresso.