Assessor de petista deve comandar Secretaria Nacional de Justiça
O convite a Jean Uema para ocupar uma das secretarias mais importantes do Ministério da Justiça é visto como um gesto de Lewandowski ao PT
O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski convidou Jean Uema para comandar a Secretaria Nacional de Justiça no lugar de Augusto Arruda Botelho (PSB), que comandava a pasta na gestão de Flávio Dino.
O convite a Jean Uema para ocupar uma das secretarias mais importantes do Ministério da Justiça é visto como um gesto de Lewandowski ao PT. Uema é chefe da Assessoria Especial do Ministério de Relações Institucionais, liderado por Alexandre Padilha. Além de ser nome de confiança de Padilha, Uema trabalha no Palácio do Planalto e é próximo ao ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
E também integra o Grupo Prerrogativas. A mudança troca mais um nome do PSB. O atual secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, também filiado à sigla, será substituído por Mário Sarrubbo, procurador-geral do Ministério Público de São Paulo.
Pela Secretaria Nacional de Justiça, irão passar, em 2024, ao menos onze indicações a tribunais superiores, como Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça e para os Tribunais Regionais Eleitorais. Também cabe à pasta a coordenação e negociação de acordos e a formulação de políticas de cooperação jurídica internacional, civil e penal. A pasta também elabora políticas nos temas de migrações, refugiados e enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Jean Uema
Analista judiciário do Supremo Tribunal Federal, Uema atuou, até 2022, como coordenador jurídico da liderança do PT no Senado. Também trabalhou como na liderança da legenda na Câmara dos Deputados. Nos governos petistas, também foi consultor jurídico do Ministério da Saúde e Secretário de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Governo.
Também foi cotada para o cargo a advogada criminal Dora Cavalcanti. Crítica da Lava-Jato, ela foi sócia do escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, um dos principais conselheiros jurídicos de Lula nos dois primeiros mandatos, e advogada da Odebrecht e na fase de inquérito defendeu o próprio Marcelo Odebrecht.