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Kataguiri acha que ‘não há perspectiva de melhora’ na segurança pública

Deputado critica resistência da esquerda à CPI do Crack e analisa relação com Bolsonaro

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Em entrevista para mais um episódio do Podcast Diário do Poder, o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) avaliou o primeiro ano do governo 3 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dois pilares: Aumento de imposto e criminalidade. 

Kim analisa que foram esses dois principais defeitos do governo e critica o modelo de arcabouço fiscal que foi aprovado baseado em arrecadação. “O modelo que não funcionou em nenhum país do mundo e que não tem funcionado no Brasil. O governo quer arrecadar mais, continua gastando e continua se endividando, não corta nada na carne”, criticou Kataguiri. 

O deputado ainda ressaltou que foi o governo que menos aprovou medidas Provisórias no primeiro ano de mandato mas que priorizou as “medidas que causaram mais danos ao país e as mais catastróficas”, como o aumento de tributação, o arcabouço fiscal e a medida provisória dos Ministérios. 

Em relação à criminalidade, Kataguiri diz  que observou uma piora no ano que passou mas que também não há “nenhuma perspectiva de melhora” neste ano que está iniciando. E analisa já com a entrada do Lewandowski no Ministério da Justiça que tem um discurso “culpando a desigualdade social e o encarceramento em massa” quando a maioria dos crimes “não são solucionados”, ou seja “a maior parte dos criminosos estão soltos. E é uma falácia essa história de que o Brasil é um país que prende muito”, opina o deputado. 

O parlamentar apresentou um projeto de lei no ano de 2023, que a partir da segunda vez que a pessoa tem passagem pela polícia passe a não responder em liberdade, como ocorre hoje em dia. “A segunda vez que o sujeito for pego em flagrante, já perdeu o direito de responder o processo em liberdade, para gente acabar com essa farra que a gente vê hoje do bandido saindo aí tendo sido com 13, 14 passagens por crime com violência, com grave ameaça e assassinando muitas vezes policiais”.

Kataguiri ainda critica a escolha do presidente Lula de colocar Lewandowski no MJ, “A perspectiva que a gente vê no Ministério da Justiça e Segurança Pública não é de mudança. Parece um ministro nomeado mais para manter a influência do governo no Supremo Tribunal Federal do que para solucionar o problema da Segurança pública, mesmo porque o Lewandowski  tem experiência zero em qualquer assunto da segurança pública”. 

 

CPI do craque 

O deputado federal Kim Kataguiri pediu a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o aumento do uso de crack, tráfico e crimes conexos no país desde o ano de 2016, mas principalmente com o foco em São Paulo, que tem a maior cracolândia do mundo.

Ao ser questionado sobre o boicote que o PT e a esquerda fez em não apoiar o requerimento, Kim diz que não compreende a reação e afirma que eles são “absolutamente contrários”. 

 “Eu não vejo sentido porque você pode ter posicionamentos divergentes  em relação à Segurança Pública, agora ser contra investigar traficante crack?”, questiona. “E assim pelo menos até onde eu sei ninguém defende a legalização do crack, pelo menos não abertamente. Nunca ouvi ninguém do PT ou do Psol falando sobre. Já vi ONGs ligadas ao Psol distribuindo cachimbo na Cracolândia em São Paulo com argumento de que está reduzindo danos […] eu já vi este tipo de coisas, agora de defender traficante e legalizar o crack, isso eu nunca vi”. 

Kataguiri acredita que existe uma série de fatores internos envolvidos que fazem o PT e o Psol não concordarem com a CPI. “Pode ter sim o receio de se descobrir essas entranhas com o crime organizado por parte de partidos de esquerda no Estado de São Paulo e tem aqueles velhos áudios sobre os tais dos diálogos cabulosos que o dirigente do PCC dizia ter com o governo petista, então eu acho que pode ser um receio muito grande envolvendo tudo isso”. 

O deputado afirma que a CPI é de interesse nacional por o Brasil ser um dos países que mais consome crack e que essa resistência por “parte da esquerda chega muito mal”.

 

Relacionamento entre MBL e o Bolsonarismo 

Kim Kataguiri disse que se alinharia-se com políticos bolsonaristas ou com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro em torno de um candidato para as eleições presidenciais em 2026 para derrotar o PT e o Lula. 

O deputado analisa o mandato do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Rep-SP) que o considera “muito mais razoável e capacitado” do que Bolsonaro e ainda diz que “acredita que Tarcísio seria um excelente candidato.  Além de Tarcísio, Kim citou os nomes de políticos que estão demonstrando que querem disputar a Presidência da República como: Ronaldo Caiado, atual governador do Goiás, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, Ratinho Júnior, governador do Paraná e Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul mas reafirma que pela sua avaliação “quem hoje tem projeção nacional para fazer frente ao PT eventualmente a uma reeleição do Lula, acho que o Tarcísio seria um bom candidato e eu poderia sim apoiar uma candidatura do Tarcísio à Presidência da República”, afirma.

Kataguiri não acredita que o presidente Lula, tente uma reeleição e “seja o candidato” pelas condições de saúde do petista.”Não acho que ele vai ter condições de enfrentar uma outra campanha presidencial”. E diz que tal situação é um problema para o PT, que já atualmente tem tido embates internamente para escolher o sucessor do presidente.  

No entanto, Kataguiri reafirma sua relação com o governo Bolsonaro que diz que a destruição da operação Lava-Jato que ocorreu durante o antigo governo só obteve com a nomeação de um petista, Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República. Kim avalia que o governo Bolsonaro pavimentou o retorno do Lula e do PT para o poder. 

Mesmo com a avaliação crítica contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, Kim não “vê problema” o MBL apoiar o candidato à presidência de Bolsonaro. “Não vejo problemas em trabalhar junto com políticos que se elegeram com o apoio de Jair Bolsonaro” . 

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