Jurisprudência da Lava Jato ‘infantilizou e paralisou’ gestor público, diz presidente do TCU
A declaração do Bruno Dantas foi feita no “Seminário Brasil Hoje- Diálogo para pensar o país de agora”, realizado pela Esfera Brasil em São Paulo
O ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou nesta segunda-feira (22) que a Operação Lava Jato “infantilizou e paralisou” os gestores públicos no país.
A declaração do presidente do TCU foi feita no “Seminário Brasil Hoje- Diálogo para pensar o país de agora”, realizado pela Esfera Brasil em São Paulo. “Quando assumi a Presidência do TCU, me deparei com um quadro altamente complexo, porque havíamos vivido os anos terríveis da Lava Jato, e o TCU havia estabelecido uma jurisprudência da Lava Jato, portanto, uma jurisprudência feita com o calor de um momento que não poderia reinar para os anos seguintes”, relatou Dantas.
“O que criamos no Brasil com a jurisprudência da Lava Jato, infelizmente, foi uma infantilização do gestor público, que não conseguia tomar decisões. Eles ficavam absolutamente paralisados e precisavam de um aval prévio dos órgãos de controle para tomar decisões importantes”, acrescentou.
Para combater o chamado “Apagão das canetas”, Dantas apontou ter introduzido em sua gestão no TCU a “cultura do consensualismo”, que envolve, de acordo com o próprio ministro, “colocar todo mundo na mesa e ouvir os argumentos”.