Prioridade para quem ?

Deputados criticam governo por defender uso de câmeras para a PM

Capitão Alden (PL-BA) e Sanderson (PL-RS) acreditam que o uso de câmeras obrigatórias não resolve o problema da segurança pública

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Imagem mostra Grupo Tático Operacional 21 da PMDF. (Foto: Secom PMDF)

Se é que Flávio Dino deixou algum legado ao Brasil em sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a mais polêmica de suas entregas deve ser a formatação de diretrizes para o uso obrigatório das câmeras de segurança nos uniformes dos agentes da polícia militar, uma minuta de projeto de lei com as novas regras já estaria sob os cuidados da Casa Civil e o ‘multifuncional’ Ricardo Cappelli, que foi o número 02 de Dino no Ministério, prometeu medida administrativa do governo para instituir o uso obrigatório dos equipamentos.

O Diário do Poder ouviu parlamentares ligados à área de segurança e membros da Comissão de Segurança Púbica da Câmara que discordam da efetividade dessa política.

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA), militar há 22 anos, considera a medida um risco para as tropas da Polícia Militar no Brasil.  “Não é o simples fato de você colocar uma câmera no uniforme do policial que vai por tabela reduzir a quantidade de ocorrências [de letatidades em operações]. Você colocar uma câmera é muito arriscado e muito temeroso, vai gerar nesse policial o receio de responder processo e até mesmo perder sua liberdade no trabalho”.

O parlamentar adverte que a prioridade do governo deveria ser o combate ao crime organizado e a adoção de medidas para “garantir que criminosos não tenham acesso a arma de fogo”. 

O deputado federal Sanderson (PL-RS), acredita que o Ministério da Justiça está na contramão das urgências da sociedade brasileira.  “Ao invés de colocar em prática um programa nacional de combate à delinquência urbana (inclusive contra pequenos crimes, etc), o então ministro da justiça e segurança pública (Flávio Dino) preferiu fazer discursos de desencarceramento e de vitimização de criminosos. Um verdadeiro absurdo que acaba passando uma mensagem muito ruim à sociedade brasileira”, ressaltou. 

Alternativas para segurança 

Para os deputados, as câmeras nos uniformes não serão eficazes no enfrentamento aos índices de violência, eles defendem alternativas como o reforço da segurança nas fronteiras, melhoria da qualidade na jornada de trabalho do policial e apreensões do armamento ilegal que se encontra com a bandidagem. “Hoje o Brasil é o terceiro país do mundo que mais mata policiais e que mais morrem vítima de suicídio então todas as questões tem que ser analisadas”, ressalta Capitão Alden.  

Sanderson acrescenta que “precisa haver um grande trabalho do legislativo para que benefícios  como saidinha, uso de celulares dentro de presídios, visita íntima, etc, sejam de uma vez por todas extintos do sistema legal do nosso país”.

Atuação do Congresso 

De acordo com o deputado gaúcho, o Congresso discutirá este ano providências para diminuir a violência no país e afirma que “o papel do parlamento é fundamental, sobretudo quando há uma paralisia total por parte do governo Lula no que diz respeito ao enfrentamento ao crime organizado no Brasil”

Alden defende a criação de um calendário de ações contra a criminalidade.“Nós estamos pedindo ao presidente Lira  justamente como um gesto e  um sinal de respeito ao compromisso com a Segurança Pública que nós também tenhamos a nossa semana. A semana da segurança pública”. 

Com uma semana dedicada à segurança,  o parlamentar baiano confia que novas propostas seriam apresentadas, gerando impacto real sobre o atual cenário atual de violência. 

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