Deputado Ricardo Salles revela detalhes da CPI do MST
Para o Podcast do Diário do Poder, o deputado Ricardo Salles detalhou alguns feitos da investigação da CPI do MST
O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) detalhou alguns feitos da investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento Sem Terra (MST), nesta quinta-feira (07), para o Podcast do Diário do Poder.
A CPI encerrou em setembro de 2023, com o relatório favorável ao movimento. Salles foi o relator da comissão e se destacou pelo “domínio emocional”, por muitas vezes ter sido ofendido. Ao ser questionado sobre como conseguiu manter a pose de “durão”, o deputado responde com graça, que a Maria do Rosário, presidente da CPI era a que mais se desgatava por pedir silêncio na Casa para que o deputado pudesse concluir sua fala.
“Quem não estava gostando era a Maria do Rosário. Como eles estavam gritando comigo e eu ficava quieto para poder retomar ela deu um pito neles: “parem de gritar porque estou tendo que retomar o tempo do deputado”. Estava furiosa”, comentou Salles.
Além dos momentos que hoje são tratados como brincadeira, o deputado diz que a CPI foi “criada como um resultado natural de uma sociedade que surge contra o desrespeito a propriedade privada, todos esses crimes que o MST e outras facções análogas cometem”.
Salles ressaltou que uma fala do líder do MST, João Pedro Stédile de que durante os 4 anos do governo Bolsonaro, não houve invasão do movimento em terras privadas pelo medo dos donos das terras reagirem atirando neles. “Isso prova que o direito a legítima defesa e os meios para exercer a legítima defesa desencorajam efetivamente o crime”.
No entanto, o deputado conclui que ao governo Lula retornar ao poder, as invasões voltaram intensificadas. “Entra governo Lula que apoia moralmente as invasões e apoia financeiramente através da retomada de recurso a associações e cooperativas que se disfarçam de Defesa do assentado mas no fundo é usado como instrumento para os líderes desviarem dinheiro”, diz Salles sobre o que foi identificado com a comissão.
O deputado também diz das várias facetas dos crimes cometidos pelo movimento como: “os crimes perpetrados contra a propriedade privada”, como a parte mais conhecida, e “os abusos cometidos pelos líderes das facções contra os liderados”. Nesse segundo caso, o Salles diz que os liderados são pessoas muito humildes e ingênuas ao serem enganadas com o argumento de que vão viver melhor no campo e ter sua própria terra.
“Quando se vem lá no local (campo) eles (liderados) percebem que a vida deles é um inferno no campo. Vão morar embaixo de lona, com casa de terra batida por anos ou décadas a fio, sem saneamento básico. Sendo chamados no meio da noite para invadir fazenda sem saber para onde está indo e quem não obedece cegamente os líderes é tocado para fora. E o que nos vimos foi os liderados que são chamados de massa de manobras vivendo miseravelmente, quase em situação análoga a escravidão”.
O deputado ressalta no entanto que a vida dos líderes já é diferente dos liderados, mesmo com o discurso de igualdade social, Salles afirma que os líder vivem em “casas boas”, tendo “baitas carros” e “vivendo super bem”. “Os líderes vivem muito bem e os outros vivem uma vida infernal”. E ainda os líderes usavam os nomes e o CPF dos liderados para colocar em associações e cooperativas fraudulentas para desviar verba pública. “No governo Bolsonaro, conseguimos recuperar R$4 bilhões de reais que estavam indevidamente em conta de associações e cooperativas, que os líderes usavam os nomes e CPFs dos liderados para pegar o dinheiro”.