Falta planejamento

Brasil só possui vacinas contra dengue para 2,5 milhões de pessoas

Seguindo as orientações da OMS, o Ministério da Saúde vacinará primeiro crianças e adolescente, grupo comporto por 30,5 milhões de brasileiros

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O principal obstáculo do Ministério da Saúde para a primeira etapa de imunização contra a dengue é a quantidade de doses disponíveis.

O principal obstáculo do Ministério da Saúde para a primeira etapa de imunização contra a dengue é a quantidade de doses disponíveis que, até o momento, o órgão só possui o suficiente para imunizar 2,5 milhões de brasileiros. Ao ver um despreparo com ausência de uma estratégia definida para complementar as vacinas ofertadas, assim como para estabelecer Estados e municípios prioritários na lista de espera pelas doses. 

Nesta segunda-feira (15), o Ministério da Saúde definiu que seguirá as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e vacinará primeiro crianças e adolescentes de 6 e 16 anos. O grupo, no entanto, é composto por 30,5 milhões de pessoas no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número equivale a mais do que a quantidade de vacinas disponíveis. 

Isso demandaria um plano mais detalhado de priorização na vacinação.“Ainda não está fechado como vai ser a vacinação. Depende da faixa etária, mas também do Estado ou município mais afetado. Nós vamos estar olhando faixa etária, disponibilidade de vacinas, porque são precisas 10 milhões de doses mais ou menos para vacinar essa população”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em Davos, na Suíça, a jornalistas. 

A expectativa do início da imunização da população é de que comece no próximo mês, mas ainda não há informações sobre como o ministério seguirá nas etapas seguintes. Em Davos, a ministra afirmou que receberá a doação de novas doses para complementar as 5 milhões ofertadas pela fabricante Takeda ao SUS (Sistema Único de Saúde), mas não revelou o número esperado. 

O Brasil bateu recorde de mortes por dengue em 2023. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), revelam que foram 1.094 mortes pela doença no ano. Comparado com 2022, que teve 1.053 óbitos, houve um aumento de 3,89% nas mortes pela doença. Já em relação a 2015 (986 casos), o crescimento foi ainda maior, com um índice de 11%.

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