Após 8 anos de calote, governo diz que vai quitar dividas internacionais
Governo diz que vai quitar dívida para não passar mais vergonha no exterior e para evitar perder lugar de fala

O governo federal pretende quitar dívidas internacionais, em atraso desde 2014, ainda neste ano para “não passar vergonha lá fora”. O Brasil acumula despesas com organismos multilaterais internacionais no total de R$4 bilhões, sendo que metade já foi quitada, restando outros R$2 bilhões para serem pagos até o fim do ano.
“Vamos quitar todo o passivo de anos anteriores, mais o fluxo normal de aportes de 2023. O dinheiro a gente tem, o desafio é o limite financeiro mensal para fazer os pagamentos. Mas é algo que conseguimos contornar via Junta de Execução Orçamentária (JEO)” declarou a secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento de pasta, Renata Amaral, em entrevista ao Estadão.
Até o momento, os recursos já estão poupados para acabar com o calote nos aportes anuais do Brasil a bancos e instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU). O cronograma de liberação dos recursos depende apenas do Ministério do Planejamento e Orçamento.
A certeza e que a prioridade dos pagamentos vão ser para restabelecer o direito do Brasil a integração com o intuito de “evitar que o Brasil perca o lugar de fala nesses lugares” e votação em organizações como na ONU e de resgatar a capacidade do país se financiar com fundos que haviam parado de contribuir nos governos anteriores.
A secretária relatou que a quitação da dívida “já está mudando a imagem do Brasil no exterior” e que a conclusão do pagamento está “ajudando a não passarmos mais vergonha no exterior”.
Ajudinha para pagar as dívidas
Apesar do pedido do Ministério de Planejamento e Orçamento para que as demais pastas economizem de suas despesas discricionárias, Renata Amaral admite que o governo precisará de “ajudinha” financeira de organismos multilaterais para dar conta de toda estrutura demandada pelo G20.
O G20 é a principal agenda internacional do Brasil para o ano que vem, que inclui a realização da cúpula de chefes de Estado e um extenso cronograma de reuniões setoriais ministeriais.
A secretária também diz que vai ser necessário restringir exageros durante a cúpula do G20, no Brasil, ano que vem, “Vamos contar com organizações internacionais para aportar recursos, mas isso aconteceu com outras presidências do grupo. Nossa ideia é ter menos reuniões e comitês presenciais do que houve na Índia este ano. Há uma percepção de que o número de encontros foi exagerado”.