Ricardo Nunes assina contrato com Sabesp para facilitar privatização, defendida por Tarcísio
Nunes concordou com a inclusão da capital em uma das Unidades Regionais de Serviço de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário da Sabesp

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou um contrato com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que facilita o plano do governador paulista Tarcísio de Freitas (Rep) de privatizar a estatal de saneamento, uma de suas promessas de campanha.
No contrato, Nunes concordou com a inclusão da capital em uma das Unidades Regionais de Serviço de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário da Sabesp.
Essas unidades gerenciam de forma unificada os serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto em diferentes regiões do estado. Até a semana passada, a capital tinha seu plano próprio para os serviços de saneamento e um contrato com a Sabesp para a execução desse planejamento. Agora, a capital concordou em ter essas atividades planejadas pela empresa.
Na unidade regional, o planejamento dos serviços será feito por um conselho deliberativo, do qual o governo estadual detém 40% dos votos e o município, 17%. O restante dos votos é dividido, com pesos diferentes, entre outras 370 prefeituras. A adesão da capital a esse modelo era considerada vital para a privatização da Sabesp por técnicos do governo estadual.
A grande São Paulo responde por quase metade do faturamento da companhia e a possibilidade de que a cidade tivesse um planejamento próprio, sem integração com as cidades vizinhas, provocava insegurança jurídica.
A gestão Tarcísio planeja fazer uma oferta de ações da Sabesp na Bolsa de Valores no modelo follow-on, uma vez que a companhia já tem seu capital aberto. Com essa medida, o governo estadual deixaria de ser o acionista majoritário da empresa.
O governador tem um plano de investimentos da empresa de R$ 66 bilhões, com a meta de antecipar de 2033 para 2029 a universalização do saneamento básico no estado.
Tarcísio anunciou no fim de julho qual será o modelo de privatização da Sabesp, a maior estatal paulista. O plano é fazer uma oferta adicional de ações no mercado (follow-on) destinada a atrair um acionista de referência, permitindo que um único agente privado detenha uma participação maior na companhia de saneamento do estado.
A Sabesp já tem ações negociadas na B3 e na Bolsa de Nova York, mas o governo de São Paulo é o acionista majoritário da companhia, com 51%. O plano de Tarcísio é que o estado continue como acionista da Sabesp, embora não mais com controle majoritário das ações e sem definição, ainda, do tamanho de sua participação.