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OMSA: Caso de Peste Suína Clássica é confirmado no Piauí

O informativo destaca que a doença foi detectada em uma criação de fundo de quintal no Município de Cocal de Telha

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A PSC é uma doença viral contagiosa que acomete suídeos domésticos e silvestres, causada por um vírus do gênero Pestivirus, da família Flaviviridae. (Foto: Pixabay).

Um boletim divulgado pela Organização Mundial para Saúde Animal (OMSA), relata que foi confirmado um caso de Peste Suína Clássica (PSC) no Município de Cocal de Telha, no estado do Piauí.

informativo da OMSA destaca que a suspeita da doença em uma criação de fundo de quintal foi notificada no dia 23 de novembro, e agora, confirmada, após realização de exames no Laboratório Federal Agropecuário (LFDA) de Minas Gerais.

“A suspeita foi detectada na vigilância passiva realizada em suínos de quintal. As investigações continuam para identificar ligações epidemiológicas. A abate será aplicada com descarte dos animais remanescentes no local”, aponta o boletim.

O relatório destaca ainda que o Piauí não faz parte da zona livre de peste suína clássica do Brasil e há restrições de circulação de animais e produtos entre esta zona e a zona livre de PSC.

Peste Suína Clássica:

A PSC é uma doença viral contagiosa que acomete suídeos domésticos e silvestres, causada por um vírus do gênero Pestivirus, da família Flaviviridae que produz grandes perdas produtivas e econômicas, devido a sua alta infectividade e letalidade.

O vírus da PSC pode sobreviver por meses em produtos processados e na carne in natura refrigerada, e por anos em carne congelada. As infecções podem se apresentar de forma aguda, crônica ou inaparente, dependendo da virulência da cepa do vírus, do estado imunológico e idade dos animais acometidos.

Sinais Clínicos:

Forma aguda: Febre (40,5 a 42°C), apatia, perda de apetite, animais amontoados, conjuntivite, lesões hemorrágicas na pele, orelhas, membros, focinho e cauda ficam azuladas (cianose), paresia de membros posteriores, incoordenação , sinais clínicos respiratórios e reprodutivos (abortos).

A morte pode ocorrer de 5 a 14 dias após o início dos sinais clínicos, podendo chegar a 100% em leitões. Forma crônica: Mortalidade menos evidente, prostração, apetite irregular, apatia, perda de apetite, diarreia, artrite, lesões de pele, retardo no crescimento, repetição de cio, problemas reprodutivos, produção de leitegadas pequenas e fracas, recuperação aparente, com posterior recaída e morte.

Forma congênita:

Nascimento de leitões com malformações, tremor congênito e debilidade. Pode haver leitões clinicamente normais, porém, com persistente infecção viral, sem resposta imune e que atuam como fonte de infecção para outros suínos, sem detecção de anticorpos no diagnóstico indireto (testes sorológicos).

As taxas de mortalidade podem apresentar-se ligeiramente acima da mortalidade normal esperada. (40,5°C a 42,0°C), apatia, anorexia, letargia, animais amontoados, conjuntivite, lesões hemorrágicas na pele, extremidades de orelhas, membros, focinho e cauda azulados, paresia de membros posteriores, ataxia, problemas respiratórios e reprodutivos (principalmente abortos).

Animais adultos geralmente apresentam formas menos graves da doença e possuem uma maior taxa de sobrevivência. Em rebanhos infectados por cepas de baixa virulência, os reduzidos índices reprodutivos e conjuntivite podem ser os únicos sinais perceptíveis da presença da PSC.

Suínos. (Foto: Pixabay).

Transmissão:

O vírus pode ser transmitido pelas vias direta (principalmente por contato oronasal ‘focinho com focinho’ entre os animais, aerossóis, secreções, excreções, sangue e sêmen) ou indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos e alimentos de origem animal ‘lavagem’).

O fornecimento de restos de alimentos contaminados com o vírus aos suínos, sem tratamento térmico, é a forma de introdução da doença mais comum em países ou zonas livres. A transmissão transplacentária é importante, gerando leitões infectados, mas clinicamente sadios, que disseminam o vírus.

Prevenção:

  •  Adquirir animais provenientes de Granjas de Reprodutores de Suínos Certificadas (GRSC);
  • Evitar criar suínos extensivamente, soltos nas áreas de preservação permanentes (APPs) ;
  • Utilizar cercas ou telas adequadas que evitem a entrada de javalis/javaporcos nos criatórios, não criar/engordar esses animais quando capturados em vida livre, e por fim não realizar cruza entre suínos e javalis;
  • Implantar medidas de biosseguridade como: controlar a entrada de veículos e pessoas; limpar e desinfetar as instalações e os veículos que transportam animais; manter as roupas, botas e mãos das pessoas que vão lidar com os animais sempre limpas e desinfetadas;
  •  Dar destino adequado aos dejetos, restos de alimentos, evitando o acesso de animais aos locais onde o lixo é colocado;
  •  Não alimentar suínos com produtos cárneos de origem suína, oriundos de restos da alimentação humana ‘lavagem’;
  • Não trazer alimento de origem suína em viagens internacionais e jamais dar restos desses alimentos aos suínos, especialmente embutidos crus, salames, presuntos e defumados, nestes alimentos o vírus permanece viável e infectante.

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