Contas externas do Brasil diminuíram US$19,6 bilhões em 2023
Esse é o menor resultado desde 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19
As contas externas do Brasil terminaram 2023 com um deficit de US$28,6 bilhões nas transações correntes, redução de US$19,6 bilhões no déficit em comparação com 2022 (US$48,3 bilhões).
O valor de 2023 representa 1,32% do Produto Interno Bruto (PIB), em comparação com os 2,47% do PIB, em 2022. Esse é o menor resultado desde 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (5).
A redução no déficit foi atribuída principalmente ao aumento de US$36,4 bilhões no superávit da balança comercial e à redução de US$2 bilhões no déficit de serviços.
No entanto, isso foi parcialmente compensado pelos aumentos nos déficits de renda primária e renda secundária.
Em 2023, a balança comercial apresentou um superávit de US$344,4 bilhões, um aumento de 1,2% em relação a 2022.
As importações totalizaram US$263,9 bilhões, uma queda de 10,9% em relação ao ano anterior. As exportações de bens totalizaram US$ 29,1 bilhões, um aumento de 7,4% em comparação com o ano anterior, enquanto as importações de bens caíram 9,8%, totalizando US$ 21,8 bilhões.
As reservas internacionais totalizaram US$355 bilhões em dezembro de 2023, um aumento de US$6,6 bilhões em relação ao mês anterior.
O déficit na conta de serviços somou US$37,6 bilhões em 2023, uma queda de 5,1% em comparação com o déficit de US$39,6 bilhões em 2022.
O déficit em renda primária totalizou US$72,4 bilhões em 2023, 28,1% acima do déficit de US$56,5 bilhões em 2022.
As despesas líquidas de lucros e dividendos de investimento direto e em carteira somaram US$45 bilhões em 2023, 21,5% acima dos US$37,1 bilhões em 2022.
As despesas líquidas de juros somaram US$27,7 bilhões em 2023, um aumento de 41,4% em relação aos US$19,6 bilhões em 2022.
Em relação aos investimentos diretos no país (IDP), as saídas líquidas foram de US$389 milhões em dezembro de 2023, em linha com as saídas líquidas observadas em dezembro de 2022, de US$479 milhões.
Os ingressos líquidos em participação no capital atingiram US$924 milhões, compostos por US$4,9 bilhões em participação no capital, exceto lucros reinvestidos, e US$4 bilhões negativos em lucros reinvestidos.