Bolsonaro pede anistia a Lula e Moraes para ‘pacificar’ o Brasil

Ex-presidente também chama relatório da PF de 'peça de ficção' e nega envolvimento em suposta trama

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo ao presidente Lula (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para concederem anistia aos presos pelos atos de vandalismo às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

O ex-presidente argumenta que se a ação se concretizar, haverá uma “pacificação” do Brasil.

Bolsonaro comparou a situação com a Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes cometidos durante a ditadura militar e pediu aos ministros do STF que reconsiderem suas posições.

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Em 1979 foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica”, declarou Bolsonaro em revista à Revista Oeste.

Relatório da PF

O ex-presidente criticou o relatório da Polícia Federal sobre o inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, chamando-o de “peça de ficção” e negou qualquer envolvimento.

“Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força, eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. E eu discuti, sim, conversei. Não fui nenhuma discussão acalorada. Falar de golpe de Estado com general da reserva, quatro oficiais e um agente da PF é outra piada. E como um todo, não tem prova de absolutamente nada. Eles não querem pegar o Braga Netto, o Heleno, eles querem pegar eu mesmo. Acham que eu sou o mal, o grande mal da democracia”, declarou o ex-presidente.

Além disso, Bolsonaro elogiou a postura do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em relação ao indiciamento do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), ao defender a imunidade parlamentar como garantia de isenção de sanções.

Como noticiou o Diário do Poder, Lira orientou os deputados a não prestarem depoimento na PF por discursos feitos na tribuna da Casa. Os parlamentares foram indiciados por supostos crimes de calúnia e difamação por discursarem contra o delegado da PF, Fábio Alvarez Shor.

Ditaduras

O ex-presidente concluiu o posicionamento dele comparando sua situação com a de perseguidos políticos da Venezuela e Nicarágua.

“Querem arrumar uma maneira de me tirar de combate. Querem é executar”, ponderou.