Desafeto de Bolsonaro

Doria filia Bebianno ao PSDB e diz que ‘jamais abandonaria um soldado no meio do caminho’

Antes, o tucano já havia atraído a filiação de outro ex-bolsonista, Paulo Marinho

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Ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno - Foto José Cruz/Agência Brasil

O governador de São Paulo, João Doria, viajou neste domingo (1º) ao Rio de Janeiro para filiar ao PSDB o ex-ministro Gustavo Bebianno, que comandou o PSL na campanha de 2018 e se tornou desafeto do presidente Jair Bolsonaro.

Potencial candidato tucano à Presidência da República em 2022, Doria abonou pessoalmente a ficha de Bebianno, que critica os filhos do presidente e diz nunca ter visto tanta ignorância política no governo.

Ao acolher Bebianno, Doria afirmou que o ex-aliado de Bolsonaro “agora está na direção certa”. “Agora a direção é a certa, a correta, a veloz, aquela que vai acelerar o Brasil”, discursou.

Doria já tinha acolhido no PSDB Paulo Marinho, também coordenador da campanha do presidente e suplente do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ).

O governador paulista não mencionou o presidente em seu discurso, mas fez questão de comparar sua administração com a do governo federal. Doria disse que não demitiu seus colaboradores nem perde tempo com bobagens. “É atitude. Não é conflito. Não é mutilação”, discursou.

Doria, que subiu em uma cadeira para encerrar seu discurso, disse também que “São Paulo vai crescer mais que o dobro do Brasil”.

O governador esteve no evento do PSDB no Rio horas após ao menos nove pessoas morreram pisoteadas na madrugada em um baile funk na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo.

Segundo registro policial, as vítimas foram pisoteadas depois de uma “ação de controle de distúrbios civis” –ou seja, para dispersão do baile– feita pela Polícia Militar usando “munições químicas”.

Nas redes sociais, Doria afirmou lamentar profundamente as mortes e que determinou ao secretário da Segurança Pública apuração “para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio”.

Soldado no caminho Coordenador da campanha Bolsonaro à Presidência e seu ex-ministro, Bebianno se colocou à disposição do projeto político de Doria. Declarando-se um civil de coração verde-oliva, ele disse que “jamais abandona um soldado no caminho”

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