Governo Doria

Doria convida Meirelles para assumir Secretaria da Fazenda de São Paulo

Ele também chamou ex-comandante da PM para cuidar dos presídios

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O governador eleito de São Paulo, João Doria Jr, pretende anunciar segunda-feira (10) o ex-ministro Henrique Meirelles, que foi candidato do MDB à Presidência, como seu secretário da Fazenda. Ele já fez o convite e está confiante de que ele aceitará. A resposta deve ser dada por Meirelles no final de semana.Ex-presidente do Banco Central de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Meirelles foi também ministro da Fazenda do presidente Michel Temer. Deixou o cargo para concorrer ao Palácio do Planalto. Obteve 1,2% dos votos válidos. Se a nomeação for confirmada, passará a ser o sexto ministro do governo Temer na equipe do tucano.
Ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, o coronel Nivaldo Restivo, 53, deve ser anunciado nos próximos dias pelo governador eleito João Doria (PSDB) como futuro secretário da Administração Penitenciária.
Ele será responsável pela gestão de 171 unidades prisionais, com capacidade para 140 mil presos e população atual de cerca de 227 mil presos.
Atual chefe de gabinete de Mágino Alves Barbosa Filho na Secretaria Estadual da Segurança Pública, o oficial já comandou a Rota e teve participação indireta na ação policial conhecida como massacre do Carandiru, em 1992, que resultou na morte de 111 presos.
À época, ele era tenente no Batalhão de Choque e responsável pelo suprimento do material logístico da tropa.
Restivo assumirá no lugar de Lourival Gomes, que trabalha no sistema prisional há 47 anos e um dos maiores conhecedores do assunto no país.
Desde que assumiu cargos de relevo em 2006, após os ataques do PCC pelo estado, Lourival conseguiu estancar a crise nos presídios -praticamente zerando as rebeliões e uma série de mortes, apesar da superlotação crescente.
Lourival passou a comandar a pasta em 2009, no lugar de Antônio Ferreira Pinto, que foi para a Segurança Pública.
Ameaçado há anos pelo PCC, Lourival vive uma rotina de forte esquema de segurança e é avesso a entrevistas. A última foi sobre operação que desencadeou uma das maiores ações contra a facção, a Operação Echelon.
Filho de um sargento da Polícia Militar, o ex-comandante da PM ganhou prestígio na cúpula da Segurança Pública após conseguir realizar o trabalho de combate ao crime e reduzir uma série de indicadores de violência. Quando Márcio França (PSB) assumiu o governo, foi convidado para ser chefe de gabinete da secretaria.
Para a Secretaria da Segurança Pública, Doria anunciou no mês passado um general da reserva -João Camilo Pires de Campos. Será a primeira vez que um nome do Exército comanda a pasta desde 1979, durante o regime militar, quando Erasmo Dias foi titular da secretaria.
O nome de Restivo para a SAP agradou a setores do Ministério Público e da PM que defendem a ampliação da ofensiva contra o PCC, facção criminosa nascida nos presídios de SP e que, estima-se, controla hoje 90% do sistema prisional paulista.
Manter o controle das unidades será um dos grandes desafios para o futuro secretário dos presídios já que deverá herdar o sistema com Marco Camacho, o Marcola, transferido para um presídio federal. Ainda é incerta qual será a reação dos presos se a movimentação se concretizar.
A permanência de Lourival Gomes era dada como certa até o início da semana. Segundo pessoas ligadas ao novo governador, o que teria pesado na decisão do tucano de mudar foi uma conversa entre Doria e o secretário sobre a construção de novos presídios, por meio de parceiras com a iniciativa privada, as PPPs. Lourival não teria demonstrado empolgação, o que frustrou o futuro governador.
Nesta sexta (7), após a primeira reunião dos 17 secretários já anunciados, o vice-governador eleito Rodrigo Garcia (DEM) afirmou que já no dia 1º de janeiro de 2019 serão publicados decretos com o corte de cargos comissionados nas secretarias e autarquias no governo de São Paulo. Segundo ele, a cerimônia de posse do novo governo, no dia 1º de janeiro, deverá ser mais enxuta e mais rápida, para evitar gastos considerados desnecessários.

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