Área de mineração

Divulgação de laudo sobre afundamento de bairros de Maceió é adiada para 8 de maio

Ministério diz que CPRM concluiu estudos sobre danos ao solo e imóveis do bairro do Pinheiro

acessibilidade:

O Ministério de Minas e Energia decidiu adiar em uma semana a exposição do laudo parcial sobre os fenômenos geológicos que ameaçam cerca de 30 mil habitantes de três bairros de Maceió (AL). Conforme o cronograma oficial dos estudos, a divulgação do relatório parcial estava prevista para esta terça-feira (30). Mas apesar de afirmar que foram concluídos ontem os estudos de responsabilidade do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o ministério marcou sua exposição para o dia 08 de maio, às 9h, no auditório do Fórum da Justiça Federal em Alagoas, situado no bairro da Serraria, na capital alagoana.

O adiamento foi comunicado oficialmente por meio de nota publicada no fim da tarde de hoje pela Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia.

O laudo parcial deve revelar o que se sabe sobre causas e perspectivas de soluções para o tremor no bairro do Pinheiro e as fissuras que vêm sendo ampliadas desde o ano passado deste para os bairros de Bebedouro e Mutange, todos em situação de calamidade decretada há cerca de um mês pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB).

O solo dos bairros é explorado pela mineradora Braskem há mais de 40 anos com 35 poços de extração de sal-gema, no subsolo cortado por uma falha geológica. Por isso e pelas suspeitas de geólogos de que a atividade de mineração pode ter causado problemas na área, o Tribunal de Justiça de Alagoas bloqueou a distribuição de R$ 2,6 bilhões de lucros de 2018 entre os acionistas da mineradora subsidiária da Odebrecht, como medida cautelar para garantir um eventual ressarcimento por danos materiais e morais, em caso de condenação. A Braskem nega ter causado o problema e se compromete em “ser parte da solução”.

A área de maior risco no bairro do Pinheiro abriga 2.500 famílias forçadas a deixar suas residências, na região atingida por rachaduras e afundamento em ruas e imóveis.

Em 28 de março, uma semana após o coordenador dos estudos afirmar em audiência do Senado que foi registrado afundamento de até 18 centímetros por ano na área estudada na capital alagoana, o Serviço Geológico do Brasil publicou nota em que alerta que a interpretação dos dados isolados sobre as deformações no solo não contribui para resolver o problema, servindo apenas para desinformar e causar pânico desnecessário à população.

Veja a nota do Ministério de Minas e Energia publicada hoje:

O Ministério de Minas e Energia (MME) comunica que, com base na Portaria 20, de 11/01/2019, do Ministro de Estado de Minas e Energia, e tendo sido concluídos ontem, 29/4/2019, pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, os estudos para análise das causas do aparecimento de fissuras no solo e de rachaduras em imóveis no bairro Pinheiro, em Maceió/AL, realizará audiência aberta para divulgação do respectivo Relatório da CPRM, no dia 08 de maio, às 9 horas, no auditório da Justiça Federal, situado na Avenida Menino Marcelo, s/n, Serraria, em Maceió/AL.

Brasília, 30 de abril de 2019.

Reportar Erro