Motorista que teve carro fuzilado pela PMDF nega que estava alcoolizado
Raimundo Cleófas Alves Aristides Junior, acusado de tentar fugir de uma blitz no Eixo Monumental alegou ainda que o acelerador travou

O motorista da BMW Raimundo Cleófas Alves Aristides Junior, acusado de tentar fugir de uma blitz no Eixo Monumental no último domingo (29), nega que tenha ingerido qualquer bebida alcoólica e que tenha furado o bloqueio policial.
Em depoimento prestado nesta segunda-feira (30), Raimundo Cleófas alegou ainda que o acelerador travou, fazendo com que o carro começasse andar, assim como mostra no vídeo abaixo:
Já o delegado-chefe da 5ª DP contradiz a versão do acusado, confirmando que o motorista só depôs nesta segunda-feira, por estar em alto grau de embriaguez e sem capacidade de passar por interrogação no momento do flagrante. No momento da blitz o acusado ainda negou fazer o teste do bafômetro.
Os policiais militares reagiram a fuga atirando contra o veículo supostamente em uma tentativa de pará-lo, durante a intervenção causo o passageiro, Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, acabou baleado e morto. O caso está sendo investigado pela 5º Delegacia de Polícia.
Segundo o depoimento do Raimundo, depois do primeiro disparo, ele teria se apavorado e saído do carro e que não se recorda do segundo ponto de bloqueio “Ele disse que o plugin do acelerador travou e por isso o carro começou a andar e que não conseguiu frear”, destacou o delegado-chefe.
De acordo com o motorista, ao sair do carro Raimundo desmaiou, sendo acordado com agressões de um PM. “Disse que levou tapas na cara, socos na costela e um pisão na cabeça”, detalhou o delegado-chefe.
Raimundo também comentou que acredita que Islan foi atingido logo nos primeiros disparos. O motorista ainda disse que não se lembra se o carro parou por ter quebrado ou se ele que tinha parado.
O motorista passou por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (30), sendo convertida a prisão preventiva. A polícia aguarda o resultado da perícia no veículo e o laudo cadavérico da vítima. Não há informações de quantos tiros atingiram o carro e se algum chegou a atingir o pneu.
Islan Cruz Nogueira
Durante a tentativa de fuga, o passageiro Islan Cruz Nogueira foi baleado e morreu na blitz.
Segundo a família, o jovem de 24 anos “era trabalhador e ajudava financeiramente em casa”. O pai de Islan, Jorge Nogueira dos Santos, disse nesta segunda-feira (30) que preferia ter morrido no lugar do filho e que ainda está incrédulo do ocorrido.
“Meu filho jamais era pra ter morrido dessa forma. Eu preferia que fosse eu no lugar dele. Se eu pudesse, eu teria ido no lugar dele. Eu tô muito chocado com isso. Eu não sei nem como que eu vou superar. Não sei nem como que eu vou ficar em casa. Eu não consigo entrar lá, e ver as coisas dele lá, e não ver ele”, diz o pai do jovem morto.
O sepultamento de Islan Cruz Nogueira será nesta terça-feira (31), no Cemitério Campo da Esperança, Asa Sul.