Enrolada na Justiça

Via Engenharia ganha pregão e vai reformar o viaduto do Eixão Sul

A obra vai custar R$ 10,9 milhões, valor 16% menor que a estimativa inicial do GDF

acessibilidade:
GDF afirma que mudança no desenho original foi motivado por aspectos econômicos, ambientais e de segurança (foto: Dênio Simões/Agência Brasília)

A Via Engenharia é a vencedora da licitação para reformar o viaduto do Eixão Sul que desabou em fevereiro.  Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), entre as seis concorrentes, a empreiteira ofereceu o menor valor.

O pregão ocorre após seis meses do desabamento. O Governo do Distrito Federal (GDF) promete entregar a obra até o fim do ano, o prazo de execução que consta no edital é de cinco meses. “A previsão é a obra seja concluída em dezembro”, afirmou o diretor do DER, Márcio Buzar.

A obra vai custar R$ 10,9 milhões, valor 16% menor que a estimativa inicial do Governo do Distrito Federal (GDF), que era de R$ 12,9 milhões.

No começo da tarde do dia 6 de fevereiro, duas, das seis faixas, do Eixão Sul desabaram, devido a falta de manutenção na estrutura. Felizmente não houve feridos. Somente prejuízos materiais, para os comerciantes da Galeria dos Estados e os proprietários de quatro carros que estavam estacionados no local.

Um mês após a queda do viaduto, o GDF havia decidido demolir as quatro faixas, após voltar atrás da decisão, de apenas fazer uma restauração com a estrutura que ainda permanecia em pé, sem a necessidade de demolição completa. A primeira decisão ia contra o laudo da Universidade de Brasília (UnB) que recomendava exatamente a demolição.

Alterar a arquitetura original

O imbróglio sobre a demolição do viaduto do Eixão Sul ganhou um novo capítulo em maio, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) barrou o projeto do GDF para reconstruir a estrutura. Segundo o órgão, a proposta feria o tombamento de Brasília ao alterar a arquitetura original.

A sugestão do Iphan foi de que o tamanho dos pilares diminuísse em relação ao apresentado no projeto. A dimensão, muito maior que a da construção original, era o principal motivo do órgão para rejeitar o projeto.

Em um primeiro momento, o governo argumentou que o projeto apresentado pelos engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) seguia questões de segurança, economia e meio ambiente. Segundo o Executivo, em 1950, as normas técnicas de segurança mudaram e as condições de trânsito eram outras.

Alguns dias depois, um novo projeto foi apresentado pelo GDF e aprovado pelo Iphan. Para atender aos ajustes solicitados pelo instituto, o governo fez mudanças no desenho dos pilares do viaduto para deixá-lo mais parecido com o original.

Operação Panatenaico

A Via Engenharia é alvo da denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) e tem diretores investigados por suposta participação no desvio de recursos na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, para a Copa de 2014.

Essa foi a obra mais cara do mundial realizado no Brasil, inicialmente orçada em R$ 600 milhões, acabou custando aos cofres públicos mais de R$ 1,6 bilhão.

Também são alvo da Operação Panatenaico, deflagrada pela Polícia Federal (PF), os ex-governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) e  o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), além dos  executivos da construtora Andrade Gutierrez, que também fez parte do consórcio para a construção do Estádio. Em maio do ano passado, Arruda, Agnelo e Filippelli chegaram a ser presos na operação.

Reportar Erro