Obstrução na CPI

Juiz Sérgio Moro aceita denúncia contra o ex-senador Gim Argello

Segundo o MPF, o ex-senador trabalhou para evitar convocações em CPIs em troca de propina

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O ex-senador foi preso em abril de 2016, durante a 28ª fase da Operação Lava Jato, a Operação Vitória de Pirro Foto: Arquivo EBC

O ex-senador Gim Argello (ex-PTB) virou réu em mais uma ação, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou nesta quinta (9), a denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra o político é pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

De acordo com o Ministério Público do Paraná, quando Gim era líder o Bloco Parlamentar União e Força no Senado, Gim Argello influenciou e buscou obstruir os trabalhos de investigação, tanto na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) como na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ambas instauradas para investigar o esquema de corrupção dentro da Petrobras, isso em troca da propina no valor de R$ 1,6 milhão.

Na época, Gim era líder do Bloco Parlamentar União e Força, no Senado Federal, e teria articulado, indicando e substituindo membros de seu bloco nos colegiados, para evitar as convocações, entre elas de Dario Galvão, que era o presidente da empreiteira Galvão Engenharia. Tanto na CPI quanto na CPMI não foram apreciados os requerimentos para que os empresários envolvidos no escândalo da Operação Lava Jato prestassem depoimentos.

Os investigadores conseguiram comprovar que o ex-senador solicitou e aceitou propina no valor de R$ 5 milhões da empresa Galvão Engenharia, recebendo efetivamente parte deste montante, R$ 1,6 milhão, por intermédio do Partido Social Liberal (PSL), do Trabalhista do Brasil (PT do B) e Partido do Partido Ecológico Nacional (PEN). Este valor foi travestido de doação oficial com a posterior emissão de cinco recibos eleitorais e registros junto a Justiça Eleitoral, tudo para dar aparência lícita à propina e reinserir os valores na economia formal.

De acordo com a denúncia, o pagamento da propina ocorreu no mês de julho de 2014, sendo depositado o valor de R$ 150 mil para o PSL, R$ 150 mil para o PT do B e R$ 500 mil para o PEN. Em agosto foram pagos o montante de R$ 550 mil para o PEN e R$ 250 mil para o PT do B, completando o valor integral de vantagem indevida. Tais partidos registraram formalmente apoio a Gim na eleição para o Senado no mesmo ano.

O MPF apresentou a denúncia no dia 25 de julho. O ex-parlamentar está preso desde abril de 2016, durante a 28ª fase da Operação Lava Jato, a Operação Vitória de Pirro. Desde então Gim está no Complexo Médico Penal, em Pinhais.

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