Medo de desabamento

Muro de escola pública é escorado por madeiras há mais de um ano

Falta de contrato de manutenção do governo impossibilita reparo

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Por medo de desabamento, direção de escola escora muro com madeira (foto: Anna Cléa Maduro)

Há cerca de quatro anos, o muro do Centro Educacional Stella de Cherubins Guimarães Trois, em Planaltina, tem sua estrutura comprometida. Como ação preventiva, a direção da escola decidiu agir por conta própria: comprou escoras de madeira por cerca de R$ 300 e escorou a estrutura na parede do próprio prédio, no início do ano passado.

O diretor do CED em Planaltina, Admário Barreto, informou que chamou a Secretária de Educação que, em abril de 2017, foi até o local para fazer uma vistoria junto à Engenharia da pasta e constatou a necessidade de reparos. No entanto, um ano depois, nada foi feito, mantendo um risco constante a quem trabalha no centro de ensino.

Barreto aponta para a possibilidade da queda do muro abalar o restante da estrutura da escola, construída em 2002, devido a proximidade entre o muro e o prédio de dois andares. De acordo com o relatório da Secretaria de Educação, que pede providências em caráter de urgência, o muro está a 50 metros da parede da escola. “Seria muito mais barato fazer o reparo do que espererar o muro cair”, destaca o diretor da escola. Para evitar qualquer tipo de acidente, os alunos não têm acesso a área próxima à estrutura.

O relatório de abril do ano passado aponta ser “possível enxergar o isopor instalado entre os pilares de junta e também ferragens do pilar” e haver “desnível das fundações com relação à cota de soleira (nível térreo) da edificação escolar”. O engenheiro afirma que “provavelmente está ocorrendo a lavagem do solo pelas chuvas e expondo os blocos [de fundação]”, o que poderia provocar instabilidade em outras partes do muro.

O engenheiro conclui que o escoramento feito pela escola estabilizou o deslocamento do muro e que “ainda não há risco de colapso”. No entanto, afirmou haver necessidade de reparos na estrutura para evitar novos problemas. Por ser um trecho pequeno, o engenheiro destaca a possibilidade do trecho do muro “ser reconstruído pelo contrato de manutenção quando este estiver em vigência”. O profissional que foi até o local recomenda ainda que um novo talude seja construído para que o problema não volte a acontecer e que duas árvores próximas ao muro sejam removidas.

O relatório foi enviado ainda em abril do ano passado, pedindo por análise e providências sobre os problemas constatados. Em junho de 2017, a Secretaria informou que no momento não era possível realizar os reparos, já que a pasta não possuia contrato de manutenção vigente e que a contratação da empresa especializada em manutenção preventiva estava em fase de conclusão. Sobre as árvores, a pasta pede que a escola realize o serviço.

Procurada pelo Diário do Poder, a Secretaria de Educação reafirmou a falta de contrato para manutenção, mas que a Engenharia da pasta fará esta semana o levantamento dos serviços que devem ser executados ainda neste mês de maio.

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