Proteção durante pandemia

Pesquisa da UnB faz mapeamento dos gastos do GDF com setor privado

Relatório aponta como os recursos gastos em empresas locais contribuem para a fomentação de empregos

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Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal Foto: Reprodução

Pesquisa do Observatório de Políticas Públicas do Distrito Federal (ObservaDF), projeto vinculado à Universidade de Brasília (UnB), analisou as despesas do Governo do Distrito Federal (GDF) no setor privado.

O professor da UnB e um dos pesquisadores do ObservaDF, Frederico Bertholini explica que a análise foi feita com foco na distribuição dos recursos, no período de 2016 a 2020.

“Vimos quais são as empresas do setor privado que recebem recurso do GDF, onde estão localizadas, quais as principais funções do governo associadas a essas compras, e por fim tentamos identificar o efeito dos recursos do governo distrital na variação de vínculos de trabalho”.

Bertholini explica que o objetivo da pesquisa foi avaliar o papel do GDF como consumidor de bens e serviços, por meio do mapeamento das compras públicas e contratação de serviços. Além de traçar o perfil de consumo do estado e identificar como ele pode fomentar a economia local por meio de seu gasto e investimento.

Desta forma foi possível verificar que durante os quatro anos analisados,  as despesas com o setor privado foram em média de 6,89 bilhões por ano, o que representa, aproximadamente, 23% da despesa total.

O pesquisador ressalta outro dado importante. “O GDF tende a comprar mais de empresas privadas localizadas na própria capital, “sendo a maior parte dos recursos do governo destinados a pagamento de credores do próprio DF”.

O valor gasto em empresas do DF foi em média 5,66 bilhões por ano, o que representa, aproximadamente, 82% da despesa no setor privado.

O relatório avaliou como os recursos gastos em empresas locais contribuem para a fomentação de empregos na capital. Na comparação entre empresas do DF que receberam recursos do GDF e empresas que não receberam recursos, as que receberam são mais antigas e têm, em média, mais empregados. No setor de comércio essas diferenças são menores e no de construção são maiores.

“Nós também fizemos um exercício, empregando métodos estatísticos quasi-experimentais para medir o efeito de receber recursos do GDF no nível de emprego, porém os resultados gerais não apontam que exista esse efeito”, explica o professor.

Segundo Frederico, o efeito positivo ocorreu somente entre 2019 e 2020, fato que ele credita à pandemia, com os recursos governamentais funcionando como uma espécie de “colchão de proteção” às empresas e aos empregos gerados por elas.

De acordo com o estudo, há grande concentração de empresas contratadas no Plano Piloto, seguida de Taguatinga, Ceilândia, Guará e Samambaia, com pequena presença também em Gama, Sobradinho e pontos mais distantes, como em Brazlândia e Planaltina.

Pesquisadores

A equipe do ObservaDF conta com os pesquisadores: Lúcio Remuzat Rennó Junior, Ana Maria Nogales Vasconcelos, Andrea Felippe Cabello, Frederico Bertholini, Guilherme Viana e Thiago Rosa (Codeplan).

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