Regalias

MP denuncia ex-diretores da Papuda por regalia para mensaleiros do PT

Dirceu, Delúbio, Genoíno e Marcos Valério foram favorecidos

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O Complexo Penitenciário da Papuda fica localizado a poucos quilômetros do do centro de Brasília - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou quatro ex-diretores do Complexo Penitenciário da Papuda por improbidade administrativa. Segundo a denúncia, eles favoreciam presos ligados ao mensalão do PT com visitas fora das regras do presídio. Entre os favorecidos estão José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno e Marcos Valério.

Além de responderem por improbidade administrativa, os ex-gestores foram acusados por corrupção passiva em outra ação penal. Os dois processos tramitam na Justiça do Distrito Federal, sem prazo para julgamento.

Em um dos processos, o MP cita João Helder Ramos Feitosa, Marcony Geraldo Mohn e Elivaldo Pereira de Melo, todos delegados da Polícia Civil do DF que ocupavam cargos de direção na Papuda na época do ocorrido, em 2014. Outro citado é o agente de Polícia Civil Wilton Borges da Silva, na época chefe da Gerência de Inteligência do sistema penitenciário do DF.

Em contato com Wilton, a filha de José Dirceu, Joana Saragoça, teria conseguido acessar à Papuda, em dias de visitas, sem passar por revista. Em um episódio, Joana teria até pegado carona com Wilton. O agente teria repetido a conduta ilegal em outras visitas para Genoíno, Delúbio e Dirceu. Segundo o processo, o então diretor do Centro de Internação e Reeducação (CIR), Marcory Mohn teria sido condescente com a atuação ilegal de Wilton.

Outro caso está relacionado à visitas a Marcos Valério. Preso em outra parte da Papuda, o publicitário também teria recebido visitas fora do padrão. Dessa vez, com aval do então diretor da unidade, Elivaldo Ferreira de Melo. O acesso teria sido articulado com João Helder.

Além de não seguirem as normas, o Ministério Público aponta que as visitas muitas vezes aconteciam fora do dia e dos horários estipulados aos outros presos e eram realizadas em prédios administrativos da penitenciária. Pela norma, as visitas devem acontecer nos pátios da unidade.

Diante das acusações, o MP pede para que os envolvidos percam os cargos que ocupam e os vínculos com a administração pública, mesmo se aposentados. Há ainda o pedido para que os quatro percam os direitos políticos por até cinco anos, sejam impedidos de contratar com o poder público por três anos e paguem multa de até cem remunerações, nos valores recebidos à época.

No processo em que são acusados de corrupção passiva, os denunciados podem pegar pena de dois a 12 anos de prisão, além de terem que pagar multa.

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