Respeito

GDF toma medidas para ampliar proteção de religiões de matriz africana

Mapeamento aponta que, só no DF, existem 330 terreiros de umbanda e candomblé

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Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Duas ações do governo do Distrito Federal buscam ampliar a proteção de populações e de praticantes de religiões de matriz africana. Nesta quinta (3), o governador Rodrigo Rollemberg assinou um decreto para que todos os formulários, questionários e levantamentos no âmbito da administração pública distrital passam a considerar raça, cor e etnia. O objetivo da medida é desenvolver metodologias de enfrentamento e combate ao racismo na capital.

Além disso, o DF aderiu formalmente ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), que consolida políticas públicas da igualdade racial e redução das desigualdades. “É fundamental que o poder público saiba onde estão os terreiros para promover a segurança deles”, afirmou o governador durante a cerimônia de lançamento do Mapeamento dos Terreiros do Distrito Federal.

Elaborado pela Fundação dos Palmares em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o mapeamento dá visibilidade a uma população que ainda é marginalizada em todo o país. “Esse mapa não é meu, não é da minha equipe. É para todo o Brasil. Terreiro não é problema, é solução”, disse o professor Rafael Sanzio, que conduziu a pesquisa.

Só no Distrito Federal, existem 330 terreiros de religiões de matriz africana. A maioria deles está na Ceilândia, onde estão localizados 43 terreiros. Em seguida, está Planaltina, com 25. Gama, Sobradinho, Samambaia e Santa Maria têm, em média, 15 centros. O documento aponta ainda que desses terreiros no Distrito Federal 57% professam a umbanda; 33%, o candomblé; e 9% reúnem as duas vertentes.

A intolerância religiosa preocupa e estimula a criação de mapeamentos e políticas públicas como as anunciadas nesta quinta. Só em 2015, houve 16 ataques a terreiros de religião de matriz africana e a centros espíritas. Em 2016, o Distrito Federal estava ao lado de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco como as regiões do Brasil que mais contabilizam crimes de intolerância religiosa.

Neste mesmo ano, o GDF criou a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

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