Crise hídrica

Consumo consciente de água deve continuar com fim do racionamento, alerta Caesb

Hábitos dos brasilienses definirão novas restrições ou não no abastecimento de água

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Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O fim do racionamento de água no Distrito Federal está próximo: a data anunciada pelo governador Rodrigo Rollemberg é 15 de junho. Há mais de um ano, os brasilienses tiverem que mudar os hábitos de consumo do recurso por causa da grave crise hídrica na capital.

Além de conviver com o corte de água em pelo menos um dia da semana desde janeiro do ano passado, a população precisou aprender a economizar água. Em um ano e três meses de racionamento, os consumidores reduziram o consumo em 12%, segundo registrado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).

Desde então, a situação vem mudando na capital. No início do rodízio de água, nível de água no reservatório do Descoberto era de 19,1% da capacidade; enquanto o de Santa Maria marcava 41%. De acordo com dados divulgados pela Agência Reguladora das Águas (Adasa) neste sábado (12), o Descoberto está com 91,6% de sua capacidade; o nível do Santa Maria é de 57,4%. Mas a melhora nos estoques de água não significa que o brasiliense deve relaxar e voltar a consumir água como antes da crise hídrica.

Coibir excessos será essencial para evitar novas restrições no abastecimento de água. A Caesb alerta para hábitos que contribuem com o consumo consciente de água:

  • Tomar banho de até cinco minutos;
  • Escovar os dentes com a torneira fechada;
  • Evitar água corrente para lavar carro e regar plantas, trocando por baldes e regadores, por exemplo;
  • Colocar as máquinas de lavar louças e roupas para funcionar apenas na capacidade máxima, entre outros.

Alerta em dobro

No início de maio, a Adasa divulgou a curva de referência para acompanhamento do volume útil do reservatório do Descoberto para o período entre maio e dezembro deste ano. Os resultados geraram um alerta para os consumidores: em novembro, primeiro mês após o fim da estiagem no DF, o Descoberto deve chegar ao limite mínimo de 21,9% – próximo ao índice de 19,1% que chegou o reservatório no início do corte de água, em janeiro do ano passado. A média de queda no nível do reservatório é de 7,9% por mês. De acordo com as projeções da Adasa, o Descoberto só voltaria a se recuperar em dezembro.

Durante todos esses meses, a Adasa fará o acompanhamento das previsões climáticas, do nível do reservatório, da vazão capitada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e agricultores, e das vazões dos principais afluentes do reservatório do Descoberto. Caso os dados observados se afastem da trajetória da curva de referência, a agência deve tomar medidas para evitar quedas bruscas no nível do reservatório.

O anúncio do fim do racionamento aponta para um cenário promissor. No entanto, o descuido da população pode levar a situações semelhantes as vistas nos períodos mais críticos da crise hídrica no DF. Os dias nublados e chuvosos já foram substituídos pelo céu azul e sem nuvens típicos da capital. O cenário deve continuar o mesmo pelos próximos meses, período em que os brasilienses devem continuar com o baixo consumo de água.

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