Violência contra mulher

Casa da Mulher Brasileira do DF adota sistema integrado de informações sobre as vítimas de violência

Sistema Íris foi doado pela prefeitura de Campo Grande e vai garantir mais agilidade, cuidado e transparência no atendimento

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Atualmente, o DF dispõe de uma unidade em funcionamento em Ceilândia. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

O enfrentamento à violência contra mulher, ganhou um reforço, a partir de agora a Casa da Mulher Brasileira (CMB) do Distrito Federal começa a utilizar o sistema Íris, uma ferramenta importante da Prefeitura Municipal de Campo Grande, que foi doada a Secretaria de Estado da Mulher do DF , o termo de cooperação foi assinado nesta quarta-feira (16), uma reunião virtual.

O Íris foi criado em 2016, em parceria com a Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação) e a Segov (Secretaria de Governo do Mato Grosso do Sul), e, por meio dele, todo o fluxo de atendimento realizado na Casa da Mulher Brasileira passa a ser informatizado, desde o cadastro inicial até o encaminhamento da vítima para os órgãos responsáveis, tornando os processos mais ágeis, transparentes e seguros para os envolvidos.

“A doação do Sistema Íris vai além da cessão de uso. Também estamos oferecendo um olhar atento a uma das causas mais importantes, que é segurança da mulher brasileira. Estamos felizes em poder ajudar a CMB do DF com nossos recursos tecnológicos”, reforça o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad.

Para a Secretária de Estado da Mulher do DF, Ericka Filippelli, a necessidade da construção de um sistema integrado no combate à violência de gênero é um sonho para Estados e Municípios. “O Sistema Íris é o primeiro passo a ser dado. Ele representa a possibilidade de integração entre todos os entes – Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Ministério Público, delegacias –, que irão ter acesso às informações sobre a mulher que chegar à Casa da Mulher Brasileira. Isso agilizará o atendimento da vítima e evitará a revitimização da mesma, além de possibilitar monitoramento e a avaliação das políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres”, comemora a secretária.
Na prática, todas as mulheres atendidas da Casa da Mulher Brasileira, que fica em Ceilândia, terão registrados seus dados e todo o caminho percorrido por elas na luta por seus direitos. Assim, será possível conhecer todo o histórico dela, saber quais os atendimentos esta mulher recebeu e por quais órgãos ela passou.

Isso permite um intercâmbio de informação entre os profissionais que estão trabalhando pelo acolhimento da vítima, bem como evita que ela tenha que recontar sua história a cada vez que procurar uma ajuda. Pelo cadastro on-line, é possível acompanhar quais as providências que a delegacia, o Ministério Público, a Defensoria Pública, por exemplo, adotaram em relação ao caso. Com apenas um acesso, fica fácil saber se a vítima procurou, ou não, atendimento psicossocial, se fez denúncia e outros dados importantes que, inclusive, poderão ser usados em um futuro processo judicial.

A Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande foi a primeira a ser inaugurada no Brasil, em 2015, e passou a usar o Íris no ano seguinte. De lá para cá, foram atendidas mais de 37 mil mulheres vítimas de violência, todas elas cadastradas pelo sistema.

Depois da assinatura do termo entre a prefeitura de Campo Grande e a SMDF, o próximo passo será a criação da Comissão de Coordenação do Plano de Trabalho entre os partícipes, bem como a disponibilização do código fonte e o alinhamento do sistema que será usado pela Secretaria da Mulher.

Participaram do evento on-line a secretária da Mulher, Ericka Filippelli; a secretária executiva da SMDF, Vandercy Camargos; a subsecretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SMDF, Irina Storni e a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Brasília, Andrezza Moresco. Também estavam presentes a subsecretária de Políticas para a Mulher da Prefeitura Municipal de Campo Grande, Carla Stephanini; a superintendente da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, Tai Loschi; o diretor adjunto da AGETEC, Edinei Lemes e a diretora de Desenvolvimento e Gestão de Sistemas, Patrícia Nogueira Gomez.

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