Composição de Ricardo Calderoni

Sinfonia “Corpo de Menino” retrata as tragédias da guerra na Síria

Baseada no poema do advogado e poeta Luis Carlos Alcorofado, obra lembra a morte do menino de três anos Aylan Kurdi

acessibilidade:
Poema do advogado e poeta Luis Carlos Alcoforado é inspirado no menino Aylan Kurdi. Foto: Twitter/Reprodução.

O compositor Ricardo Calderoni compôs uma obra sinfônica inspirada no poema “Corpo de Menino”, do advogado e poeta Luis Carlos Alcorofado. O lançamento da sinfonia acontece nesta terça (4) pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro sob a Regência do Maestro Claudio Cohen e como solista a Soprano francesa Laetitia Grimaldi.

A apresentação será no Teatro Levino de Alcântara na Escola de Música de Brasília, na L2 Sul Quadra 602 módulo D, às 20h30. A entrada é gratuita.

O poema de Alcorofado retrata as tragédias da guerra na Síria e suas consequências nas crianças que têm seus futuros atingidos pelos confrontos. O menino Aylan Kurdi, de três anos, é uma dessas figuras marcadas pela guerra.

Kurdi ficou conhecido mundialmente em 2015, após o seu corpo falecido ser encontrado em uma praia na cidade de Bodrum, na Turquia. O menino morreu no naufrágio de uma embarcação com imigrantes, acidente que deixou pelo menos nove mortos. A foto do corpo de Aylan Kurdi chocou o mundo e é um símbolo da crise humanitária na Síria.

Serviço
Obra Sinfônica “Corpo de Menino”
Quando: quarta-feira (4/12), às 20h30;
Onde: Teatro Levino de Alcântara na Escola de Música de Brasília (L2 Sul Quadra 602 módulo D);
Entrada gratuita.

Corpo de Criança
O mar vomitou com
Lassidão o corpo
Morto da criança
Exposta ao mundo,
Como tragédia
Solitária e com retórica
Fotográfica.

Mas, ao devolver
Aos olhos do homem,
Acusou o egoísmo
Na imagem lancinante
De uma criança já sem vida.

Mas o mundo dito civilizado
Fingiu chorar
A morte da inocência
Que se esconde no olhar,

Incompreendido das
Crianças sacrificadas nos
Itinerários dos sonhos
Frustrados.

Fomos nós que os matamos
Todo dia.
As crianças sonham
Os seus próprios sonhos,
Os adultos se perdem
Nos sonhos sem crianças
E desconhecem os sonhos
Das crianças.

As crianças vivem as guerras
Dos adultos, que as transformam
Em soldados em
Campos minados
Pela violência sem trincheira
E, assim, as crianças
Morrem sem viver.

Reportar Erro