Os Sessenta de Brasília

Baiana, Arlete Sampaio chegou a Brasília em 1971 disposta a fazer história

Ela foi vice-governadora do DF e está no terceiro mandato de deputada distrital

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Arlete Sampaio se sentiu impactada logo no primeiro contato: "Me apaixonei por Brasília desde que cheguei aqui" - Foto: Denis Simões.

A baiana Arlete Sampaio, de 69 anos, não sabia o que a esperava quando partiu da pequena Itabigá (BA) rumo ao cerrado para se estabelecer com sua família em Brasília, nos idos de 1971. Nascida em 28 de junho sob o signo de câncer, a deputada distrital pelo PT, hoje em seu terceiro mandato, afirma continuar simples como a menina que desembarcou na Rodoviária de outrora para construir seu futuro na cidade ainda inacabada pelos candangos.

Após desembarcar e se fixar no Plano Piloto junto com a família, Arlete alcançou logo seu primeiro objetivo: cursar Medicina na Universidade de Brasília (UnB). “Me apaixonei por Brasília desde que cheguei aqui e não pretendo ir embora”, diz.

Aquela época o País vivia sob regime ditatorial, o que levou Arlete a se envolver, participar e articular movimentos sociais e a criação de sindicatos para a organização dos trabalhadores.

Essa atuação levou longe sua carreira política e ao que classifica como um dos momentos mais importantes da vida, quando foi eleita, em 1994, vice-governadora do DF na chapa encabeçada pelo então também petista Cristovam Buarque.

“Vivi experiências politicamente muito ricas nesse período. Um dos meus maiores prazeres foi ter coordenado o orçamento participativo” recorda.

“Eu e o governador conversávamos com a população sobre melhorias, problemas e reivindicações”, diz meio melancólica.

Na campanha Cristovam/Arlete para o governo do DF.

Mas sua atuação política não parou por aí e a levou a conquistar outros importantes cargos na estrutura de poder nacional. “Eu sempre lutei pela população de Brasília e sempre estive presente em manifestações. Acho que é por conta disso que consegui espaço na política”, avalia. “Além de vice governadora, fui secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e uma das autoras do Código Sanitário Nacional”, diz, orgulhosa.

Entre os desejos de Arlete para a Capital está a esperança de solução definitiva para os principais problemas da população. “Acredito que Brasília tem capacidade de conquistar saúde pública e educação de qualidade. Também não podemos esquecer de melhorar o transporte coletivo e gerar emprego para as pessoas”, diz resignada.

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