Animais como fachada

Diretoras de ONG de animais são presas ao forjar crime e obter R$ 300 mil em doações

Relato de 'crime' contra ONG Pata Voluntária, de Maceió (AL) atraiu doadores

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A Polícia Civil de Alagoas descobriu que a denúncia sobre suposto assalto com agressões a integrantes da Organização Não Governamental (ONG) Pata Voluntária, de Maceió (AL), tratava-se, na verdade, de um golpe. Três integrantes da entidade que teria usado a causa animal para arrecadar dinheiro foram presas e vão responder pelos crimes de estelionato, comunicação falsa de crime e organização criminosa. O esquema rendeu R$ 300 mil em doações, segundo a polícia.

Segundo o delegado Leonam Pinheiro, foram presas Amropali Pedrosa Mondal, 28 anos, presidente da ONG, conhecida como “Pali Mondal”; e ainda Nayane Petrúcia Silva Barros, 26 anos, e Maria Gisele do Nascimento Oliveira, 23 anos. As presas foram levadas para interrogatório na sede da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) e serão encaminhadas ao Sistema Prisional.

Em poder da ONG, também foram encontrados animais silvestres como uma jiboia. E a polícia afirma que a presidente da ONG, Pali Mondal confessou o crime e demonstrou arrependimento.

Houve doações únicas de valores de R$ 20 a R$ 25 mil de todo o Brasil.

Os responsáveis pela entidade pediram ajuda, mas nesta sexta-feira (5), o delegado Fábio Costa alertou, nas redes sociais, que se tratava de fraude e pediu que novas doações não fossem feitas. Na vaquinha virtual, foram arrecadados mais de R$ 77 mil. O próprio perfil da ONG foi usado para o alerta, o que gerou desconfiança sobre a veracidade dos fatos, já confirmados pela Polícia Civil de Alagoas.

No perfil oficial do Instagram, voluntários relataram que, na última quarta-feira (3), a sede da entidade teria sido invadida e funcionárias agredidas. A mesma situação já havia sido relatada pelas diretoras em 2017, levantando suspeitas da polícia.

No post com o relato do assalto, que já ultrapassou 180 mil curtidas, a ONG pede doações para alimentar os animais resgatados. “Os animais estão sem nada e não temos de onde tirar, o que tem na sede principal só da para os animais doentes, estamos desesperadas. Por misericórdia imploramos que ajudem”, diz a ONG.

Polícia usou perfil da ONG no Instagram para pedir a suspensão das doações

De acordo com o relato, a presidente da ONG e duas funcionárias foram agredidas fisicamente e assediadas. A direção da entidade chegou a declarar que criminosos teriam levado objetos pessoais, celular, dinheiro e até o material de construção que seria utilizado para a construção de uma área de internamento no abrigo.

A ONG Pata Amada publicou nota de esclarecimento, para ressaltar que não tem relação com o golpe descoberto na entidade Pata Voluntária, por causa da semelhança dos nomes das instituições.

“Viemos por meio desta, informar que a investigação sobre o suposto crime de estelionato e a prisão da presidente de uma instituição que resgata animais, não se trata do Grupo Pata Amada, como algumas pessoas estão confundindo. Esperamos que o caso seja esclarecido”, diz a nota da Pata Amada. (Com informações da reportagem de Regina Carvalho, do site Gazetaweb)

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