Diz estudo

Desejo de ser sustentável existe, mas consumidor não quer encarar esforço para mudar

Entre as barreiras para um consumo consciente aparecem ainda privação de prazeres e desconfiança

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Consumidor quer ser sustentável, mas não encara esforço para mudar, diz estudo. Foto: Pexels

Os consumidores brasileiros desejam levar uma vida sustentável, mas algumas barreiras os impedem de realizar um consumo consciente. Convivendo com a vontade de ter uma vida saudável, está o desejo de ter um carro próprio. É o que aponta a pesquisa “Panorama do Consumo Consciente no Brasil”, lançada pelo Instituto Akatu, nesta quarta (25).

Foram entrevistados mais de mil pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais, e em 12 capitais ou regiões metropolitanas no Brasil.

Entre as barreiras e gatilhos para o consumo de produtos sustentáveis estão: esforço, espaço, privação de prazeres e desconfiança. Esforço é barreira para 60% dos entrevistados e o maior de todos os esforços é o preço, para 25%.

“A ideia de que ser sustentável é mais caro decorre da fama antiga dos alimentos orgânicos. Embora hoje a oferta seja maior e os preços, mais baixos, persiste esse mito, que se espalha para as outras práticas”, observa o diretor-presidente do Akatu, Helio Mattar.

As pesquisa aponta ainda um leve crescimento no número de pessoas que já incorporam mais de cinco práticas sustentáveis em seu dia a dia. Os iniciantes em consumo sustentável eram 32% em 2012; agora, são 38%. São quatro tipos de grau de consciência: indiferente, iniciante, engajado e consciente. Para ser considerado indiferente, o consumidor deve adotar de zero a quatro práticas sustentáveis; o consciente, de 11 a 13.

O maior nível de consciência está entre os maiores de 65 anos, representando 24% dos entrevistados. Em relação a classe social, 52% são das classes A e B (renda entre R$ 5,4 mil e R$ 23,3 mil). Já quando analisado a qualificação educacional, a maioria dos entrevistados — 40% do total — possui ensino superior.

Mudanças positivas

Entre os gatilhos positivos para o consumo sustentável estão as vantagens emocionais. O estudo aponta que entre as oito principais causas que mais incentivam a compra de um produto de determinada marca, cinco estão ligadas a atitudes da empresa: combater o trabalho infantil, tratar funcionários sem discriminação; incluir pessoas com deficiência; contribuir para o bem-estar da comunidade está localizada; e oferecer boas condições de trabalho.

Segundo Mattar, outra mudança comportamental que ocorreu nos últimos cinco anos foi está relacionada a divulgação de informações sobre determinada marca sobre práticas sustentáveis. “Uma mudança importante em relação à pesquisa anterior que fizemos é que, em 2012, só 12% dos entrevistados diziam que avaliavam as informações sobre produtos de acordo com a fonte das notícias. Hoje, 31% acreditam dependendo de onde leem as informações.”

O presidente do instituto falou ainda sobre a importância de usar os produtos já comprados com maior consciência — nos casos de aparelhos celulares, por exemplo. “O tempo médio de reposição de 1 celular no Brasil é de 1 ano e 1 mês. São gastos 45 kg de matéria-prima, energia, processos, transporte, num objeto que é aposentado logo. A alternativa sustentável é não cair no canto da sereia das novas funcionalidades e manter o aparelho antigo”, recomenda Mattar. (Com informações da FolhaPress)

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