Ponto eletrônico

Derrame de atestados falsos intriga presidente do TC-AL

Conselho de Medicina nem fala em apurar evidências de fraude

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Desde a implantação do ponto eletrônico, o Tribunal de Contas de Alagoas passou a enfrentar um problema comum a repartições públicas que adotam o mesmo equipamento: o aumento exponencial de atestados médicos apresentados por servidores para justificar ausências e atrasos. Houve até uma funcionária que apresentou um atestado indicando que ela só poderia trabalhar no período da tarde. 

Em maio passado, após a implantação do ponto eletrônico, o tribunal cortou integralmente os vencimentos de oitenta servidores, que receberiam entre R$ 2 mil e R$ 16 mil, por não comparecerem ao trabalho durante todo o mês.

Para discutir esse “fenômeno”, o presidente do TC-AL, conselheiro Otávio Lessa, reuniu-se nesta terça-feira com o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremal), Fernando de Araújo Pedrosa. Uma das propostas do conselho é criar mais cargos públicos, claro, com especialistas em Medicina do Trabalho no TC-AL para identificar eventuais fraudes.

“A junta médica do tribunal está muito preocupada com o volume de atestados recebidos, muitos dos quais deixam de ser autorizados por total incoerência”, afirmou Lessa. 

Já o presidente do conselho de medicina divide os atestados em três categorias: “legítimos, graciosos e falsos”. Ele disse que especialistas poderão identificar a correlação entre o trabalho do servidor e a suposta doença. Apesar das evidências de fraude, segundo informações de participantes da reunião, o médico Fernando de Araújo Pedrosa, do Cremal, não mencionou a intenção de abrir qualquer procedimento investigativo contra os colegas que concedem atestados médicos sem critério, sejam eles “legítimos, graciosos ou falsos”.

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