Graduação e pós

Deputada distrital Telma Rufino é acusada de comprar diplomas

Parlamentar estaria envolvida com grupo que falsificava certificados da Faculdade Darwin

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A deputada distrital Telma Rufino (Pros) é acusada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) de comprar diplomas de graduação e pós-graduação. A suspeita contra a parlamentar surgiu com as investigações da Operação Trick, deflagrada em 2015 pela Polícia Civil do Distrito Federal, que apurava crimes relacionados à falsificação de documentos, falsidade ideológica, organização criminosa, fraude envolvendo instituições bancárias e lavagem de dinheiro.

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral de Justiça do DF, Rufino falsificou documentos públicos cinco vezes, forjando históricos escolares e certificados dos cursos de Tecnologia em Gestão Pública e pós graduação lato sensu em gestão de políticas públicas e sociais da Faculdade de Ciências, Educação e Tecnologia Darwin (Faceted), no Areal. A parlamentar não teria prestado vestibular, frequentado aulas e realizado trabalhos, provas e o trabalho de conclusão de curso.

Durante as investigações da operação, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Telma Rufino. Os primeiros indícios de que o grupo teria intermediado a compra de diplomas da parlamentar surgiu em ligações interceptadas pela polícia.

O relacionamento da distrital com os principais investigados na operação, Edigard Eneas da Silva e Luciano Alves Dutra Diniz, também levantava suspeitas dos investigadores. Rufino teria conseguido um emprego para Edigard de subsecretário de qualificação e capacitação profissional da Secretaria de Trabalho do governo de Agnelo Queiroz (PT). Além disso, ele era financiador, cabo eleitoral e articulador da campanha da distrital para a Câmara Legislativa. Já com Luciano Alves Dutra Diniz, a parlamentar mantinha uma relação na Associação dos Moradores de Arniqueiras e Areal, presidida por ela. Luciano ainda era professor da faculdade supostamente frequentada por Rufino.

A investigação aponta ainda diversos pontos contraditórios relacionados a passagem da distrital pela faculdade: referências a professores que não deram aulas, registro da data errada do vestibular, nomes inconsistentes de colegas que teriam frequentado aulas com Rufino. Além disso, as informações da Estação Rádio-Base (ERB) mostram que os telefones da deputada estavam bem distantes da instituição de ensino durante os horários das aulas.

A denúncia é analisada pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF, já que a deputada tem foro especial. Caso seja condenada, Rufino pode pegar até dez anos de prisão e se tornar inelegível.

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