Caso Villela

Delegada que investigou crime da 113 Sul é condenada pela Justiça

Multa para ela e policial chega à casa dos R$ 2 milhões

acessibilidade:

A Justiça condenou a delegada Martha Geny Vargas Borraz à perda da função pública, com cassação de sua aposentadoria, se for o caso; suspensão dos direitos políticos por cinco anos; pagamento de multa civil no valor de 100 vezes o valor da remuneração percebida à época dos fatos; além da proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de três anos.

A sentença é do juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública do DF, Jansen Fialho de Almeida, tomada em ação de improbidade administrativa proposta pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), considerando graves todos os episódios da investigação em que a policial teria manipulado dados, forjado provas, praticado tortura e vazado informações sigilosas no caso do crime da 113 Sul, que ficou conhecido como Caso Villela.

Em 31 de agosto de 2009, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, a mulher dele, Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada Francisca Nascimento da Silva foram encontrados mortos no apartamento do casal, na 113 Sul.

O policial José Augusto Alves também foi condenado, na mesma ação, à perda de função, suspensão de direitos políticos por quatro anos, e pagamento de multa civil no valor 50 vezes o valor da remuneração percebida à época dos fatos. Já o policial militar Flávio Teodoro da Silva, acusado de abuso de autoridade e tortura, foi absolvido por falta de provas.

A dupla foi condenada a pagar uma multa que chega à casa dos R$ 2 milhões. O trio foi acusado pelo MP de terem plantado uma chave que estaria na cena do crime na casa de pessoas que não estavam ligadas ao caso. Os três moradores foram presos e depois liberados por falta de provas. Durante o inquérito, Martha Vargas também teria cometido violação do sigilo funcional ao repassar, por e-mails, informações à vidente Rosa Maria Jacques e ao marido dela, João Tochetto.

As suspeitas foram que o objetivo da delegada era tirar o foco sobre a filha do casal, Adriana Villela, que aguarda julgamento acusada de ter sido a mandante do crime. No processo, a delegada e o agente alegam que agiram dentro das regras do dever funcional e apontam serem vítimas de perseguição do Ministério Público do DF.

Reportar Erro