Investigado por fraude

Defesa de Bivar critica operação da PF em meio a ‘turbulência política’ no PSL

Bolsonaro estuda se desfiliar da sigla, após declarar que Bivar 'está queimado pra caramba'

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A defesa do presidente do PSL, Luciano Bivar, disse ver com “estranheza” a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (15) devido ao momento de turbulência política dentro do partido, num momento em que o presidente Jair Bolsonaro estuda se desfiliar da sigla.

“Sobre o mandado de busca e apreensão, deflagrado nesta terça, num dos endereços de Luciano Bivar, o escritório de Ademar Rigueira, que responde pela defesa dele e do PSL em Pernambuco, vê a situação fora de contexto. A defesa enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral”, diz nota divulgada pela assessoria de Bivar logo após as ações da PF.

Ainda na visão dos advogados de Bivar, a busca é “uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política”.

A operação da PF ocorre num momento em que Bolsonaro escancarou seu descontentamento com o comando do PSL ao dizer que o presidente da legenda está “queimado para caramba”.

O presidente deixou claro por meio de seus advogados que pretende deixar o partido, mas antes busca uma saída jurídica para levar consigo parte da bancada de deputados do PSL, hoje a segunda maior da Câmara, com 53 representantes.

Sem que haja um motivo que seja uma “justa causa”, os parlamentares que migrarem de legenda para acompanhar o presidente correm o risco de terem seus mandatos cassados por infidelidade partidária.

Aliados de Bivar veem com desconfiança a deflagração da PF num momento como esse, em que o Palácio do Planalto acusa a sigla de falta de transparência como um dos argumentos para a desfiliação do presidente da República.

A operação acontece diante de um clima de desconfiança entre aliados de Bivar de que Bolsonaro poderia promover retaliação ao presidente do PSL.

Desde semana passada, quando o descontentamento de Bolsonaro com o PSL veio à tona, pessoas próximas ao deputado passaram a conjecturar que se repetisse a história de Gustavo Bebianno, ex-presidente da legenda e aliado de primeira ordem do presidente da República durante a campanha.

A operação da PF da manhã desta terça, embora não seja uma ação do Palácio do Planalto, eleva o clima de desconfiança entre as partes.

Batizada de Guinhol, a ação da polícia tem Bivar como principal alvo de mandados de busca e apreensão.

Trata-se de desdobramento das investigações sobre o esquema das candidaturas de laranjas que foi revelado pela Folha de S.Paulo em fevereiro.

A casa de Bivar no Recife e a sede do partido estão entre os alvos. Endereços de três candidatas, Maria de Lourdes Paixão, Érika Santos e Mariana Nunes, e de duas gráficas, Itapissu e Vidal, bem como seus representantes, também tiveram busca e apreensão.

Na sexta (11), Bolsonaro e deputados do PSL pediram ao comando do PSL a realização de uma auditoria externa nas contas da legenda, e a exposição da relação de fontes de receitas e identificação dos doadores, em nível municipal, estadual e federal.

Procurada, a assessoria de Bivar não foi localizada.

O partido está na mira de investigações por conta de esquemas de candidaturas laranjas nas eleições de 2018. (Com informações da Folhapress)

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