'Firmeza e lealdade ao Brasil'

Rosa Weber vira tema de livro lançado por coletivo de advogadas

Com prefácio de Gilmar Mendes, obra homenageia a presidente do STF que se aposenta na quinta (28)

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Lançamento do livro "Ela Pede Vista - Estudos em Homenagem à Ministra Rosa Weber". Foto: Fellipe Sampaio STF

Encerrando uma carreira de 47 anos na magistratura até a aposentadoria compulsória na cúpula no Judiciário do Brasil, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) virou tema do livro “Ela Pede Vista – Estudos em Homenagem à ministra Rosa Weber”, lançado na última sexta-feira (22) por um coletivo de advogadas de Brasília, na Biblioteca do Supremo.

Em uma homenagem marcada pela presença de colegas ministros do STF, as organizadoras do livro descreveram a obra como “um retrato escrito” da trajetória da magistrada que foi a terceira mulher a assumir uma vaga na Suprema Corte.

O ministro Gilmar Mendes escreveu o prefácio da obra, que destaca: “Nesses vários anos dedicados à atividade jurisdicional, a ministra trilhou uma trajetória profissional exemplar, e seu trabalho será lembrado como sinônimo de firmeza no compromisso para com o estado de direito”.

Presente à homenagem, o ministro Edson Fachin concluiu não ter havido “um dia ao longo deste período em que Rosa Weber não tenha honrado seu país”. E, além da firmeza elogiada por Mendes, também ressaltou a lealdade de Weber aos princípios democráticos na resposta aos atos de vandalismo de 8 de janeiro.

A presidente do coletivo de advogadas “Elas Pedem Vista”, Cristina Neves, elogiou o legado da presidente do STF em favor das mulheres e de outras minorias.

Predestinação

Rosa Weber agradeceu pelas homenagens emocionada, afirmando que a despedida de sua carreira na magistratura confirmaria a tese de que a vida só vale a pena pelos afetos. “Penso que nasci para o exercício da jurisdição, estou sendo afastada e para mim não será fácil”, disse a ministra.

O livro

“Ela Pede Vista – Estudos em Homenagem à ministra Rosa Weber” é um compêndio de 40 artigos de homens e mulheres da área jurídica sobre o peculiar olhar da ministra Rosa Weber nas controvérsias analisadas pelos tribunais. E destaca seu papel como presidente do STF, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Deu passos firmes em prol da igualdade de gênero, promoveu reformas regimentais substantivas que alteraram a dinâmica da Suprema Corte e lançou a primeira Constituição Federal em língua indígena”, diz um trecho da obra.

A iniciativa do livro foi das cofundadoras do coletivo de advogadas de Brasília “Elas Pedem Vista”, criado em 2017. Carol Caputo, Cristina Neves, Julia de Baére e Manuela Falcão contaram com parceria de Maria Elizabeth Rocha e Christine Peter. O grupo propõe difundir e fomentar a opinião de mulheres sobre o Direito, incentivando o diálogo jurídico em torno de temas sensíveis à sociedade. (Com informações do STF)

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