Solidariedade na tragédia

Vítimas da Vale em Brumadinho doam R$2,2 milhões ao RS

Repasse sairá do fundo criado para indenizar famílias afetadas em Minas

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A barragem liberou uma grande quantidade de rejeitos de mineração que matou 19 pessoas, deixou centenas de desabrigados (Foto: Ricardo Stuckert via Agência Câmara/Arquivo)

R$ 2 milhões dos recursos pagos pela mineradora Vale para indenizar por dano moral coletivo gerado na tragédia em Brumadinho serão destinados ao Rio Grande do Sul. O repasse foi aprovado pelas vítimas do rompimento da barragem da mineradora, ocorrido em janeiro de 2019, para que gaúchos enfrentem a catástrofe climática considerada a maior enchente da história, com 147 mortos e mais de 90% das cidades atingidas pelos temporais que caem desde 29 de abril.

A decisão foi anunciada nessa segunda-feira (13) nas redes sociais da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum).

Do total, R$ 2 milhões serão repartidos entre o governo gaúcho e o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, sob gestão do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Os R$ 200 mil restantes serão doados para a Associação dos Familiares e Sobreviventes da Boate Kiss em Santa Maria (AVSTM), entidade que também está arrecadando fundos para ajudar as vítimas do desastre climático.

Os recursos são provenientes de fundo criado a partir de um acordo para indenizar parentes dos trabalhadores mortos na tragédia em Brumadinho. Foram perdidas 272 vidas, incluindo os bebês de duas mulheres que estavam grávidas. A maioria das vítimas era de empregados da Vale ou de empresas que prestavam serviço à mineradora.

O acordo que incluiu a criação do fundo também definiu os valores para as indenizações individuais aos pais, cônjuges ou companheiros e filhos do mortos. Com isso, foi encerrada uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) logo após a tragédia.

Para o fundo, a Vale precisou destinar R$ 400 milhões. A movimentação do dinheiro depende de aval de um conselho gestor, composto por representantes da Avabrum, do MPT, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) e da Defensoria Pública da União.

Boa parte do valor teve destinação para projetos de preservação da vida, nas áreas de saúde e de segurança alimentar. Os recursos já beneficiaram, por exemplo, hospitais, casas de saúde e instituições de pesquisa com a realização de reformas, financiamento de estudos, ampliação de leitos e aquisição de equipamentos. Também já foram liberados montantes para ações de qualificação de trabalhadores e geração de emprego e renda; proteção de indígenas, idosos e crianças; educação e preservação da memória. (Com ABr)

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