Vítimas da Braskem podem ter mais R$ 300 milhões em indenizações
Repasse será debatido por comitê que criará Fundo de Amparo aos Moradores (FAM), com participação das vítimas
Parte do montante de R$ 1,7 bilhão do acordo firmado pela Braskem com o prefeito João Henrique Caldas, o “JHC” (PL), pode ser destinado como “complemento indenizatório” às vítimas diretas da petroquímica, que abriu cavernas subterrâneas ao explorar poços de sal-gema, colapsando e afundando o solo da área de cinco bairros de Maceió. Está e estudo repassar cerca de R$ 300 milhões do montante do acordo aos cerca de 60 mil maceioenses que tiveram que deixar suas casas e fechar empresas, na região da maior tragédia socioambiental em zona urbana do planeta.
O Diário do Poder apurou que a possibilidade de doar essa parte do montante do acordo para indenizar vítimas diretas da Braskem deve ser definida durante a criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM), através de um comitê, com participação da população afetada. Somente neste momento será decidido sobre a destinação de valores diretamente para reparação dos danos causados aos moradores dos bairros atingidos: Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol, além da região dos Flexais.
A iniciativa estaria sintonizada com a concepção do próprio prefeito JHC sobre a dimensão do desastre, já que este anunciou o acordo com a Braskem, ressaltando que o montante bilionário ou qualquer outro valor não serão suficientes para reparar a tragédia que colapsou o solo e forçou a retirada de cerca de 60 mil maceioenses de suas casas. “É verdade que nenhum valor vai reparar o que foi destruído. Isso é incalculável”, concluiu o prefeito.
A eventual nova indenização não terá qualquer relação com os R$ 3,7 bilhões já pagos em indenizações às vítimas, através do Programa de Compensação Financeira (PCF) da Braskem. Este programa da petroquímica já contemplou 91% dos moradores e comércios afetados, com um patamar de 95% das propostas aceitas.