Contrato milionário

Prefeito suspeito de corrupção é alvo da Operação Dilúvio em Pernambuco

PF, Receita e CGU investigam crimes em contrato emergencial que empenhou R$ 1 milhão em 2021

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Prefeito Noé Magalhães sofre cerco da PF, Receita e CGU por suspeita de crimes na Prefeitura de Água Preta. Fotos: Divulgação/ Instagram e PF

A Polícia Federal uniu forças com Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), ao deflagrar a Operação Dilúvio, nesta terça-feira (23), para investigar suspeitas de crimes em um esquema de corrupção operado nas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social da região da Mata Norte de Pernambuco. São cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em nove municípios, para investigar a sangria criminosa de recursos públicos, que teria como ponto de partida um contrato emergencial firmado pelo prefeito Noé Magalhães (PSB), em 2021, com empenho de R$ 1 milhão, somente naquele ano.

A operação apreendeu armas de grosso calibre e munições. E realizou quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático, para investigar, além do prefeito, agentes públicos, servidores, empresários e pessoas suspeitas de desvios de recursos públicos federais, fraudes em licitação, lavagem de dinheiro, agiotagem e organização criminosa.

Noé Magalhães é investigado pelo contrato emergencial de empresa para manutenção de veículos da frota de Água Preta, que prestaria tais serviços mesmo estando localizada a mais de 110km do município. Além de haver várias outras empresas na região, atuando no mesmo ramo, a investigação apurou indícios de relações pessoais estreitas do prefeito com o verdadeiro dono da empresa contratada.

Armas apreendidas na Operação Dilúvio, que apura crimes na Prefeitura de Água Preta. Foto: Divulgação PF

A operação busca provas que reforcem os indícios de fraude ao caráter competitivo do processo licitatório, superfaturamento. E a PF afirma já ter comprovado que o fornecedor dos serviços bancou passagens aéreas internacionais em classe executiva para o prefeito e a primeira-dama, que é secretária municipal.

Também estão no foco da operação conjunta as evidências do uso de contas de “laranjas”, empresas fantasmas ou postos de gasolina para movimentar o dinheiro desviado dos cofres públicos. Montante que incluiria, segundo a PF, dinheiro de eventual prática de agiotagem por parte do prefeito.

Para cumprir os mandados judiciais, foram utilizados 140 policiais federais, além de 16 auditores-fiscais e analistas-tributário da Receita e quatro integrantes da CGU, nas residências de suspeitos nos municípios de Água Preta, Cabo de Santo Agostinho, Catende, Gravatá, Jaboatão dos Guararapes, Palmares, Paulista, Recife e Tamandaré.

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