Promete falar

PF ouvirá ex-comandante do Exército sobre suposta tentativa de golpe

Investigação quer obter do general Freire Gomes detalhes da suposta trama golpista envolvendo ex-presidente Bolsonaro e militares

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Marco Antônio Freire Gomes comandou o Exército no governo de Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, será ouvido na tarde desta sexta-feira (1º) pela Polícia Federal (PF), no âmbito da investigação que apura a suposta trama de anular a eleição do presidente Lula (PT) por meio de um golpe, que teria sido forjado ainda no governo de Jair Bolsonao (PL).

O oficial demonstrou a intenção de relatar tudo o que sabe sobre o caso, que envolve reuniões com o então presidente derrotado pelo petista nas eleições de 2022, a decisão de manter acampamento de bolsonaristas diante do QG do Exército e outras medidas que teriam contribuído com os ataques que destruíram as sedes dos Três Poderes da República, no 8 de Janeiro de 2023.

Freire Gomes é identificado em relatório da PF como um dos integrantes da cúpula das Forças Armadas que rejeitaram a suposta proposta de aplicar um golpe de Estado. A investigação também cita que o então comandante do Exército chegou a ser chamado de “cagão” pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, e vice de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.

Mas Freire Gomes terá de explicar o relato do general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que afirmou à PF, na semana passada, que o então comandante do Exército teria lhe pedido para encontrar Bolsonaro, em 9 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada. Ocasião em que, segundo a PF, teria sido debatido com Theophilo o uso de militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, para concretizar um eventual plano de golpe de Estado. Tal tropa é especializada em estratégias de invasão a prédios, suspeita de ter sido aplicada no 8 de Janeiro.

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