Melchiona, Janones e Braga voltam à mira do Conselho de Ética nesta quarta

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados reúne-se nesta quarta (4) para julgar processos movidos pelo Partido Liberal (PL) contra três parlamentares aliados do presidente Lula (PT). Na mira de pedidos de cassação formalizados pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estarão a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e os deputados André Janones (Avante-MG) e Glauber Braga (Psol-RJ).

A pauta da sessão marcada para as 11h será aberta pela Representação 29/23, na qual Janones é acusado pelo PL de exigir parte do salário de funcionários que trabalham em seu gabinete, em esquema conhecido como “rachadinha”. O processo foi aberto com base na reportagem do Metrópoles, que  revelou gravações em que o deputado pedia parte do salários dos funcionários lotados em seu gabinete para proveito próprio.

O deputado alegou que não fez nada errado, ao relatar o caso em entrevista ao UOL e em publicações nas redes sociais. E admitiu que, em 2019, antes de tomar posse na legislatura passada, propôs uma “vaquinha” a futuros funcionários do seu gabinete, na qual ele mesmo faria sua contribuição. E afirmou que a proposta não seria uma exigência, mas um pedido de contribuição voluntária no valor que cada servidor quisesse. A arrecadação teria o objetivo de pagar dívidas de todos eles feitas na campanha de 2016, quando concorreu a prefeito de Ituiutaba (MG) e foi derrotado.

Mesmo afirmando não ver ilegalidade em sua iniciativa, Janones disse que sua advogada vetou a vaquinha  e nenhum dinheiro foi arrecadado ou gasto por ele. E alegou ainda que esses futuros assessores na reunião faziam parte de um grupo de amigos seus que ficaram endividados, ao bancarem sua candidatura. E disse que daria a esses amigos salários mais altos que aos demais assessores de seu gabinete na Câmara dos Deputados, ao propor essa vaquinha para pagar as dívidas de todos.

A pauta avançará na apreciação da Representação 2/24, contra Fernanda Melchionna, acusada pelo PL de ter ofendido a família do ex-presidente Bolsonaro, em reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara. O relator, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), no entanto, considerou que não houve quebra de decoro nas falas da parlamentar.

A Representação 1/24 conclui a pauta do Conselho de Ética com a acusação do PL de que o deputado Glauber Braga deve ser cassado por agredir fisicamente o colega Abilio Brunini (PL-MT), durante reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Braga alega que o empurrão dado em Brunini foi resultado de uma discussão acalorada e generalizada e não uma tentativa de agressão. E o relator, deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), ainda não apresentou seu parecer. (Com Agência Câmara)