'Operário' tucano

Marconi Perillo é novo presidente nacional de um PSDB decadente

Ex-governador goiano admitiu que chega em momento difícil para o partido, que vive escassez de nomes nas bancadas do Congresso

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Novo presidente nacional do PSDB assume missão de resgatar sigla em decadência (Foto: YouTube PSDB)

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) elegeu, na manhã desta quinta-feira (30), o ex-governador de Goiás Marconi Perillo como o novo presidente nacional do partido. A escolha foi feita por integrantes da Executiva Nacional do partido tucano, após uma decisão judicial determinar que o governador gaúcho Eduardo Leite deixasse o comando nacional da sigla, convocando novas convenções.

Quatro vezes governador de Goiás, Perillo está há 29 anos no PSDB, era o favorito para comandar a legenda e foi eleito por aclamação. Em seu discurso, Perillo disse estar honrado e emocionado por liderar o partido em que disse ter procurado atuar como “operário do PSDB”, ajudando com suas causas e lutas partidárias ao longo de quase três décadas.

Perillo admitiu que chega em momento difícil para o partido, que vive escassez de nomes nas bancadas do Congresso Nacional. Ainda que trabalhe para dar musculatura à sigla para as eleições presidenciais de 2026, que hoje tem apenas dois dos 81 senadores e 19 dos 513 deputados, no Congresso Nacional.

O novo cacique nacional tucano contou com o compromisso de apoio recebido de Eduardo Leite. Mas o protagonista do movimento pela sua candidatura foi o deputado federal mineiro Aécio Neves, que uniu dirigentes de São Paulo e Minas Gerais, em movimento em que também tenta reconquistar prestígio no partido pelo qual disputou as eleições de 2014, perdendo para a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT). Evento que foi o último capítulo dos áureos tempos em que o PSDB polarizava os debates políticos nacionais.

Embate judicial

A realização da convenção foi determinada em setembro pela juíza Thais Araújo Correia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, em resposta ao pedido do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que questionou a iniciativa da Executiva do PSDB de, em fevereiro de 2022, prorrogar por um ano o mandato do então presidente nacional do partido, Bruno Araújo.

Em fevereiro deste ano, Morando acusou a direção nacional do partido tucano de dar um golpe na democracia da sigla, ao cancelar o calendário de convenções partidárias estaduais municipais e nacional. Ele administra a maior cidade governada pelo PSDB no Brasil

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