'Tortura por delação'

Deltan acusa STF de agir como ‘pau-de-arara’, após Cid ‘destruir delação’

Ex-coordenador da Lava Jato alerta para áudios em que o tenente-coronel Mauro Cid relata pressões da PF e do STF para delatar Bolsonaro

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Procurador da República Deltan Dallagnol
Ex-deputado federal, Deltan Dallagnol, que coordenou a Lava Jato, levando à cadeia dezenas de corruptos - Foto: EBC.

O ex-procurador da República, Deltan Dallagnol, publicou, nesta sexta-feira (22), acusações de “tortura de presos” contra o Supremo Tribunal Federal (STF), ao comentar o vazamento de áudios em que o tenente-coronel Mauro Cid relata pressões da Polícia Federal e do Supremo. Ex-coordenador da Operação Lava Jato acusou o STF de agir como ‘pau-de-arara do Século XXI”, ao concluir que Cid destrói a credibilidade da sua delação e do trabalho da PF e do Supremo, no caso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por tentar um golpe de Estado no Brasil.

A acusação de Deltan tem como base os áudios de trechos de depoimento de Cid divulgados ontem (21), pela revista Veja. Tratadas como “desabafo” pela defesa do militar preso, as falas têm poder de anular seu acordo de colaboração premiada. E o ex-deputado federal lembrou que já foi acusado por ministros do STF de torturar presos, na Lava Jato, para obter delações, ao direcionar a mesma acusação à cúpula da Justiça do Brasil.

“Como temos denunciado HÁ ANOS [sic], parece que o verdadeiro pau de arara do século XXI e a verdadeira tortura de presos para obter delações, como disseram os senhores Dias Toffoli e Gilmar Mendes, não estava, como nunca esteve, na Lava Jato. Estava o tempo todo no STF”, acusou Deltan Dallagnol. 

Sua publicação nas redes sociais reproduz trechos dos áudios de Cid, que ainda afirmou que o relator da investigação, ministro Alexandre de Moraes, já teria “sentença pronta” para prender todo mundo, em uma referência aos principais alvos da apuração sobre a suposta tentativa de golpe contra a eleição de Lula: Jair Bolsonaro e seus apoiadores e aliados.

O Diário do Poder pediu ao STF uma posição sobre as falas de Dallagnol, e não recebeu resposta a tempo de ser inserida nesta matéria.

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