Delegado e policiais de SP são presos por corrupção e elo com PCC
Ação conjunta da PF e do Gaeco é resultado de investigação de delação de empresário assassinado em Guarulhos
A Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) prenderam o delegado Fábio Baena, mais três policiais civis de São Paulo, na manhã desta terça (17), na Operação Tacitus, deflagrada para prender oito suspeitos de integrar organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e corrupção policial milionária. Baena foi citado na delação do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, assassinado a tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos, em novembro, após delatar a facção criminosa PCC e policiais.
A ação levou 130 policiais federais às ruas das cidades de São Paulo, Bragança, Igaratá e Ubatuba, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, que também cumprem 13 mandados de busca e apreensão. E também prendeu os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e outro identificado como Marcelo “Bombom”. O policial foragido é Rogério de Almeida Felício.
“A investigação partiu de análise de provas que foram obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos. Tais elementos revelaram o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa”, detalharam a PF e o Gaeco do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Os alvos da Operação Tacitus podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.
A operação foi batizada com o termo em latim que significa “silencioso” ou “não dito”, em alusão ao modo de operação da organização criminosa.
O advogado Daniel Bialski, que faz a defesa de Baena e de Monteiro, divulgou nota em que classifica a prisão uma “arbitrariedade flagrante”. E cita que os fatos que embasariam a prisão “já foram investigados e arquivados pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público”. “Ambos compareceram espontaneamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações”, completou.
A defesa de Marcelo Ruggeri disse ao G1 que ainda não teve acesso aos autos, mas que considera a prisão prematura.