58 mil casas em risco

CPRM já identificou 236 mil pernambucanos vivendo em áreas de risco geológico

Serviço Geológico do Brasil mapeou 1.081 áreas de risco de inundações e deslizamentos

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O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) já mapeou 58.310 moradias com 236.307 pessoas vivendo em 1.081 áreas de alto e muito alto risco para deslizamentos e inundações no estado de Pernambuco. O mapeamento foi realizado em 87 municípios pernambucanos, sendo o último dos levantamentos realizado em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife.

As informações técnicas compõem importante ferramenta para auxiliar os órgãos públicos na adoção de medidas de prevenção, que já contabilizou, desde 2012, cerca de 3,9 milhões de brasileiros vivendo em risco, em mais de 960 mil moradias localizadas em 1.605 municípios pesquisados no Brasil. Estes estudos identificam riscos de deslizamentos de terra, inundações, enxurradas, processos erosivos e queda de rochas.

O mais recente mapeamento da setorização dos riscos, divulgado na semana passada, mostrou que Jaboatão dos Guararapes concentra 10.181 moradias em risco com 40.724 pessoas ameaçadas pelas condições geológicas do local em que habitam, número que corresponde a 5,79% da população.

Todas as informações estão disponíveis para consulta no portal eletrônico da CPRM.

O coordenador-executivo da Setorização de Risco Geológico da CPRM, o geólogo Julio Cesar Lana, explica que o mapeamento das áreas de risco geológico é feito em campo, juntamente com a Defesa Civil municipal. Durante o mapeamento, são percorridas as porções urbanizadas da cidade com foco na identificação de áreas que possam desenvolver ou serem atingidas por eventos adversos de natureza geológica, com potencial de causar perdas ou danos diretos à comunidade.

“Após o término da etapa de campo, os trabalhos seguem em escritório com a elaboração dos mapas, relatório, arquivos vetoriais em SIG e são posteriormente publicados no site da CPRM. Os municípios recebem, então, um comunicado da publicação para que possam utilizar o trabalho nas diversas atividades de prevenção de desastres e gerenciamento urbano”, explica Julio Lana.

Área de risco em Jaboatão dos Guararapes (PE), mapeada pelo Serviço Geológico do Brasil. Foto: Ascom CPRM

Caso de Jaboatão

No caso de Jaboatão dos Guararapes, o mapeamento ocorreu entre os meses de maio e dezembro de 2019. O trabalho foi executado pelos geólogos e pesquisadores em geociências Gilmar Pauli Dias e Bruno Elldorf, que atuam na Superintendência Regional da CPRM em Recife.

Além das áreas de alto e muito alto risco, o trabalho também levou em consideração algumas áreas com grau de risco considerado médio, que ainda não apresentam potencial para a ocorrência de desastres, mas necessitam de monitoramento para evitar a evolução do problema.

“O objetivo deste estudo é apontar à Defesa Civil e aos gestores municipais, estaduais e federais quais são as áreas prioritárias para a implantação de ações de gerenciamento, mitigação, monitoramento e resposta frente aos desastres naturais”, ressaltou Gilmar Pauli Dias.

O pesquisador acrescenta que, antes da realização deste estudo, o município de Jaboatão dos Guararapes contava com um mapeamento realizado no ano de 2006 e tinha a premente necessidade de atualização das informações. 

Dados nacionais

Vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) iniciou o trabalho de setorização há oito anos, em 2012, quando o Governo Federal estabeleceu a missão de realizar em quatro anos o mapeamento de áreas de risco em 821 municípios indicados como prioritários. Após essa meta ter sido atingida, a CPRM continuou os trabalhos e atingiu, até 2020, a marca de 1.605 municípios mapeados no Brasil.

O recente balanço da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM, responsável pelo trabalho, contabilizou aproximadamente 3,9 milhões de pessoas vivendo em risco e mais de 960 mil moradias em risco. Este balanço é atualizado periodicamente, conforme a publicação dos mapeamentos, e aponta ainda que até o momento há 14.509 áreas de risco alto ou muito alto entre as cidades estudadas pelo órgão vinculado ao MME.

Todas as informações sobre o trabalho são públicas e, além de serem enviadas aos governos estaduais e municipais, a CPRM disponibiliza o acesso por meio do link https://bit.ly/MapeamentoDeRiscoCPRM. Além disso, os dados podem ser consultados no mapa on-line disponível no link https://geoportal.cprm.gov.br/desastres/, onde o cidadão pode visualizar as áreas com riscos de desastres em todo o Brasil. (Com informações da Ascom do Serviço Geológico do Brasil)

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