Contadores do PCC são presos em chácara no interior
Onze criminosos foram detidos pela Polícia Civil durante reunião
Um bando de 11 criminosos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi preso na noite desta quarta-feira, 9, em um condomínio de luxo em Mairinque, no interior do Estado, durante uma reunião de prestação de contas do crime. Membros do chamado "Estado Maior", eles eram responsáveis em passar as planilhas de contabilidade da facção criminosa aos líderes presos.
A operação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) também apreendeu 39 telefones celulares, sete computadores, dados contábeis das operações de tráfico de drogas e cartas cifradas.
De acordo com Alberto Pereira Martins Junior, delegado da 4° Divisão de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) e divisionário do Denarc, foi uma das maiores ações de combate ao crime já realizada neste ano. "Asseguro a vocês que é o maior golpe contra a facção criminosa. O 'Estado Maior' do partido foi preso", disse durante coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 10.
Segundo ele, outros quatro intregantes do setor contábil e administrativo do crime conseguiram fugir e pelo menos 15 pessoas participavam da prestação de contas. Em um dos documentos que serão periciados está uma rifa que, até a reunião, já tinha arrecadado mais de R$ 1 milhão.
De acordo com Martins Junior, as outras trocas de mensagens e documentos recolhidos devem revelar quantias maiores. "Asseguro a vocês que teremos bilhões." Também há papéis com telefones, nomes e endereços de outros criminosos que, de acordo com o delegado, fazem parte do "terceiro escalão" do PCC: torres e sintonias. Entre os detidos está André Luiz Rodrigues Pereira, de 33 anos, conhecido como Pateta. Ele era considerado foragido depois de ter sido resgatado de uma prisão. A fuga terminou com a morte de um policial militar.
Estrangular. Os 14 criminosos que se reuniram na chácara de 3.000 metros quadrados formavam todo o escalão que administrava o esquema financeiro da quadrilha no Estado de São Paulo.
Uma vez por mês, eles organizavam as prestações de contas e sempre faziam um churrasco ao final. Cada um era responsável por uma região do interior e subdivisões da região metropolitana. O secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que os presos são o caminho para desmontar o PCC. "(Foram presos) Onze dos 14 membros do maior escalão fora da prisão, que controla o sistema financeiro, a compra e a venda dos entorpecentes. O importante é seguir o caminho do dinheiro, estrangular financeiramente a organização criminosa", disse. (AE)