Segurança jurídica

CNI defende urgência na validação de norma do Mercosul sobre desabastecimento

Norma foi aprovada pelo bloco em 13 de dezembro de 2019, mas ainda não vale no Brasil

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Foto: Isac Nobrega

Em nota divulgada nesta sexta-feira (20), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o governo federal publique o decreto presidencial que internaliza no ordenamento jurídico brasileiro a resolução do Mercosul que trata de alterações tarifárias por desabastecimento. A norma foi aprovada pelo bloco em 13 de dezembro de 2019, mas ainda não vale no Brasil.

Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. “Esse momento é uma oportunidade de acelerar e dar mais transparência e segurança jurídica aos instrumentos do governo para alterar tarifas de importação. A regulamentação da norma do Mercosul define prazos, trâmites e procedimentos para as análises de alterações tarifárias e poderá ser usada pelas empresas para reduzirem os efeitos da queda de atividade”.

A resolução aumenta de 45 para 100 o número de produtos (NCMs) que poderão sofrer alteração tarifária com mais transparência e segurança jurídica em situação de desabastecimento de produtos no mercado interno. As mudanças alteram prazos e tornam os trâmites mais claros e rápidos. O texto prevê, entre outros, que se o desabastecimento persistir por mais de três anos, o bloco pode analisar a redução permanente da tarifa do produto.

A CNI ressalta que tal regulamentação evitara casos como a resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) da última quarta-feira (18) que reduziu a 0% o Imposto de Importação de 33 tipos de produtos médico-hospitalares com base em um tratado da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e não nos compromissos firmados no âmbito do Mercosul.“É compreensível que o governo tome essa decisão em caráter emergencial, pois a urgência da situação exige medidas imediatas. Mas se a norma do Mercosul estivesse em vigor, essa redução seria feita com previsibilidade e segurança jurídica, sem uma base legal tão frágil com a que foi utilizada e que pode ser questionada”, diz Abijaodi.

No texto a confederação afirma que apoia a decisão emergencial do governo, “mas alerta para a transparência na redução do Imposto de Importação, que deve ocorrer com consulta aos produtores domésticos para conhecer a realidade e entender se há possibilidade de atender a demanda no Brasil nesse período de crise”.

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