Cid Gomes deixa UTI e Força Nacional desembarca no Ceará
Senador baleado ao avançar com trator sobre policiais amotinados segue internado
Na mesma manhã em que tropas da Força Nacional embarcaram em Brasília (DF) para conter a crise provocada por um grupo de policiais amotinados no estado do Ceará, o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) deixou hoje (20) a UTI do Hospital do Coração de Sobral, onde está internado desde ontem. O político foi baleado ao dirigir um trator contra um bloqueio diante do 3ª Batalhão da Polícia Militar, em seu reduto eleitoral no interior do Ceará.
Cid Gomes segue internado na enfermaria, com quadro de saúde que “evoluiu sem intercorrência nas últimas horas, mantendo-se hemodinamicamente estável e com padrão respiratório normal”, de acordo com boletim médico divulgado na manhã desta quinta-feira (20). O documento não informa se o senador receberá alta hospitalar ou será transferido para outra unidade de saúde.
Antes de dirigir a retroescavadeira contra policiais militares encapuzados que bloqueavam um portão de acesso ao batalhão da PM em Sobral, o senador deu um ultimato com prazo de cinco minutos para que o aceso fosse liberado. Diante do trator atingido pelos tiros, havia familiares dos policiais amotinados.
“Vocês têm cinco minutos pra pegarem os seus parentes, as suas esposas e seus filhos e sair daqui em paz. Cinco minutos. Nem um a mais”, ordenou Cid Gomes, com um megafone, antes de avançar.
Reforço na segurança
Por determinação do ministro da Justiça, Sérgio Moro, tropas da Força Nacional embarcaram às 8h da manhã desta quinta em direção ao Ceará. O efetivo com quantitativo não revelado atuará nas ruas cearenses em meio à crise com policiais militares que reivindicam aumento salarial.
O embarque de parte desses agentes da Força Nacional foi feito no hangar da Polícia Federal em Brasília, com chegada no Ceará prevista para 10h45. Outro embarque com o restante da tropa foi marcado para as 15h.
Moro atendeu ao apelo do governador Camilo Santana (PT). E já havia antecipado o envio de agentes da Força Nacional baseados na cidade de Paulista (PE), que se deslocaram para o Ceará ainda ontem.
Greves de policiais militares e agentes penitenciários são consideradas ilegais desde 2017, quando a maioria dos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que as paralisações e motins não poderiam ser admitidos, por integrantes do braço armado do Estado. As paralisações de agentes de segurança também podem ser enquadradas como crime de motim. (Com informações do G1)