Invadir Amazônia é fria

Catedrático adverte em Lisboa que o Brasil venceria invasores na Amazônia

Em artigo, ele lembra que "a luta na selva nunca foi o forte da França"

acessibilidade:
Infantaria de Selva do Exército Brasileiro na Amazônia. Foto:_ Comunicação Social do Exército

O Brasil possui um dos melhores exércitos especializados em combate na selva, num terreno que conhece, para enfrentar a invasão da Amazônia por forças militares estrangeiras, segundo o professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Carlos Blanco de Morais. Em artigo publicado no Diário do Poder e no jornal Público, o mais importante de Portugal, ele evidencia que a estratégia neocolonial é forjada com desinformação e interesses econômicos, que elegeram o presidente Jair Bolsonaro (PSL) como alvo. Mas conclui ser inverossímil uma invasão à Amazônia.

A polêmica foi provocada por declarações do presidente francês Emmanuel Macron defendendo a “internacionalização” da Amazônia, hipótese que Morais considera “praticamente ficcional”. No texto, ele também alertou para os riscos de a cobiça internacional pelas riquezas da floresta amazônica levar invasores a repetir o fracasso vivido pela França no “inferno verde” do Vietnã.

“Uma intervenção militar destinada a ocupar a Amazônia estaria votada ao insucesso. O Brasil possui um dos melhores exércitos especializados em combate na selva, num terreno que conhece. Ora, a luta na selva nunca foi o forte da França, que se arriscaria a um novo Dien Bien Phu no temível “inferno verde”, onde um dia desapareceu, sem deixar rasto, o experiente explorador Percy Fawcett”, escreveu Carlos Blanco de Morais, referindo-se ao feito militar histórico, quando o Vietnã colocou para correr invasores franceses.

Ele também cita o artigo de um professor de Harvard, “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazónia?”, em que foi dado o mote sobre a hipótese de invocação dos artigos 1.º , 39.º e 42.º da Carta da ONU, para autorizar o uso da força contra um Estado, em caso de rotura “da paz internacional”, equiparando-se essa rotura à “inércia” do Brasil em lidar com um “ecocídio”na Amazônia.

“Não existe, hoje, esse risco, embora os militares brasileiros há muito o levem a sério. Semelhante ação militar seria vetada pelos EUA, Reino Unido e a China no Conselho de Segurança. Mais inverosímil, ainda, seria uma aventura militar da França fundada na noção de “responsabilidade para proteger” por razões humanitárias que, contrariamente ao que diz o professor de Harvard, jamais constituiu um principio de Direito Internacional geral que justifique o uso da força por um Estado contra outro”, conclui o constitucionalista português.

Leia aqui o artigo completo.

Reportar Erro