operação sangria

Carlos Almeida, vice-governador do Amazonas, é alvo de operação do MPF nesta manhã

Cúpula do governo amazonense tem suposta participação em rombo de R$ 3 milhões aos cofres públicos

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Vice-governador do Estado do Amazonas, Carlos Almeida Filho é alvo de ação da Polícia Federal.Foto: Pedro França/Agência Senado

O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (PTB), é alvo de ação do Ministério Público Federal na manhã desta quinta-feira (8). A segunda fase da Operação Sangria mira suposto esquema de corrupção na Saúde do estado, que dentre cinco outros investigados, tem Carlos como um dos mais fortes alvos dada a sua influência na gestão do Amazonas, sobretudo na pasta da Saúde.

Segundo a investigação, Carlos Almeida era sempre consultado pelos dirigentes da Secretaria de Saúde do Amazonas para o fechamento de contratos, incluindo informações sobre pagamentos. Almeida havia atuado à frente da Saúde nos três primeiros de governo.

De acordo com o MPF, o esquema que também envolve os demais membros da cúpula do estado, o governador Wilson Lima (PSC), “exercia domínio completo dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia e das demais ações relacionadas em que teriam sido cometidos os atos ilícitos”.

Os outros investigados, que não possuem foro privilegiado, tiveram os nomes resguardados pelo sigilo por determinação do Superior Tribunal de Justiça.

Operação Sangria 

Os escândalos relacionados ao redirecionamento de verbas da Saúde no Governo do Estado do Amazonas levou à cadeia a secretária de Saúde, Simone Papaiz, na primeira fase da operação deflagrada em 30 de junho deste ano. No dia 6 do mês seguinte, a secretária e outros dois presos na ação foram soltos.

Wilson Lima também era um dos alvos da primeira fase a ação. O chefe do Executivo, no entanto, não foi preso. Lima teve o bloqueio de bens determinado pela Justiça, assim como, passou pelo cumprimento de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal.

A ação desmascarou a fraude na aquisição de 28 respiradores que apresentavam sobrepreço de 133%, custando cerca de R$ 3 milhões aos cofres públicos. A cúpula do estado amazonense foi identificada como participante no esquema responsável pelo superfaturamento de mais R$ 500 mil, segundo apontamento da Controladoria-Geral da União.

Os equipamentos médicos foram fornecidos ao estado por meio de uma manobra conhecida como triangulação. Quem assinou o contrato de vendas com o governo foi a empresa Vineria Adega, especializada na comercialização de bebidas alcóolicas, pelo valor de R$ 2,9 milhões.

A Vineria Adega teria comprado os respiradores de uma fornecedora de insumos hospitalares pelo preço de R$ 2,4 milhões. Entre as transações, evidenciou-se o ganho de quase R$ 500 mil, valor investigado pelas ações conjuntas do Ministério Público e da Polícia Federal.

A aquisição ocorreu por meio de dispensa de licitação, justificada pelo estado de calamidade pública decretado em função da pandemia do novo coronavírus.

 

 

 

 

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