Candidato de Renan dá beijo na boca eleitor durante caminhada em Maceió
Ciço agarra eleitor e parece beijá-lo em caminhada na periferia
Líder de uma campanha agressiva, punida diversas vezes neste 2º turno por caluniar seu rival Rui Palmeira (PSDB), o ex-prefeito de Maceió Cícero Almeida, o Ciço (PMDB), teve um momento de ‘ternura’ na última quarta-feira (26), que simboliza uma versão carinhosa do vale-tudo que sua propaganda e seus apoiadores utilizaram na busca pelo voto na capital alagoana. Ciço beijou (ou fingiu beijar) a boca um eleitor, durante uma caminhada na periferia de Maceió.
As fotos em que o candidato apoiado pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) aparece “dando um beijaço” em um rapaz, em frente a uma igreja evangélica no Bairro da Santa Lúcia, viralizaram nas redes sociais, via aplicativo WhatsApp. Porém, diante da última pesquisa do Instituto Paraná, que mostra Ciço a uma distância de 30,4 pontos do líder da disputa e candidato à reeleição Rui Palmeira, não é o amor que move o ex-prefeito, mas a sede por votos.
Além de beijar eleitor em noite de caminhada, Ciço tem mostrado um grande esforço para agradar e entreter o maceioense, ao se balançar ao lado de moças que surgem dançando em seus eventos de campanha.
Jogo bruto
Mas nem tudo é carinho na campanha de Ciço. No vale-tudo contra Rui, seus apoiadores divulgaram falsas pesquisas, nesta semana, usando os nomes do DataFolha e do Instituto Paraná; no 1º turno, fabricaram uma montagem de falas do secretário de Cultura Vinícius Palmeira, em um forjado "escândalo do pó" e o governo de Renan Filho (PMDB) montou uma força-tarefa de assédio moral para aplicação de adesivos de apoio ao ex-prefeito nos carros de comissionados do Estado.
Ao próprio Ciço, a Justiça Eleitoral impôs a perda de 165 minutos da propaganda eleitoral, como punições contra calúnias contra Rui. O ex-prefeito de Maceió João Sampaio também foi agredido e obteve a suspensão da propaganda eleitoral. Ao julgar estes casos, o juiz da 54ª Zona, Antônio Emanuel Dória, chegou a afirmar que “ataques deste tipo prestam desserviço ao debate eleitoral fértil e autêntico e, em maior escala, à própria democracia”.
Certo que eleição se decide no voto, não com pesquisas, Ciço tem o direito de confiar em sua eleição. Mas deve precisar beijar muito mais, se realmente estiver confiante em seu poder de conquista.
Certamente, novos beijaços seriam uma estratégia bem melhor para sua imagem do que os ataques de sua campanha e de seus apoiadores contra os adversários. Afinal, parece haver quem queira.