Excelência

Cachaça de Alagoas é premiada em concurso internacional

Alambique da cachaça Caraçuípe fica em S. Miguel dos Campos-AL

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A cachaça alagoana Caraçuípe garantiu lugar entre as melhores do mundo: recebeu a medalha de prata no Concurso Mundial de Bruxelas – Spirits Selection 2015, competição que premia os principais vinhos, destilados e licores do mundo.

Com alambique situado entre as cidades de São Miguel dos Campos e Teotônio Vilela, no km 159 da BR 101, a Caraçuípe foi fundada há cinco anos, e está no mercado há um ano e meio, após o processo de fermentação e envelhecimento da bebida. Ou melhor, voltou ao mercado.

“A ideia de montar um alambique veio da história do meu avô Antônio, que fabricava cachaça nos anos 1930. Caraçuípe é o mesmo nome do engenho que ele tinha, na cidade de Água Preta, no interior de Pernambuco. Então, como a família já tinha a tradição, resolvemos montar o alambique com um produto de alta qualidade”, contou o empresário Renato Coutinho.

Para esse objetivo, Renato contou com o apoio do Sebrae em Alagoas em cursos de planejamento e gestão financeira, ações para acesso a mercados – como a participação em concursos, missões técnicas e feiras – e também consultorias tecnológicas voltadas para softwares de produção.

Os resultados desse cuidado são vistos nos prêmios recebidos – a Caraçuípe também foi medalhista na Expo Cachaça em Minas Gerais, em 2014, e, no mesmo ano, foi eleita uma das três melhores cachaças do país pela Editora Abril. O atendimento ao cliente também é o forte da empresa: quem for até o alambique vai se deparar com uma estrutura física confortável e funcionários treinados para receber o público, apresentando vários itens da marca e, claro, oferecendo degustação do destilado.

“Hoje, com o maior acesso à informação, as pessoas estão sempre buscando mais qualidade, e isso é um motivador para nós. O Sebrae em Alagoas está comigo desde o início, e essa é uma parceria que não me canso de valorizar”, comentou Renato.

A Cachaça Caraçuípe é comercializada em 16 estados do país, e está em negociação para começar a exportar para os Estados Unidos e para a Europa, aspecto em que a medalha de prata no Concurso Mundial de Bruxelas – Spirits Selection vai ajudar.

“Essa é uma das premiações mais importantes do planeta, que conta com a participação de produtores de bebidas destiladas de dezenas de países. Os jurados são do mais alto nível, e o fato de as degustações serem às cegas dão mais credibilidade aos resultados. A medalha da Caraçuípe coloca Alagoas entre os melhores produtores de cachaça do mundo”, assegurou Hygo Ribeiro, analista da Unidade de Indústria (UIND) do Sebrae em Alagoas.

Concurso Mundial de Bruxelas

A organização do Concours Mondial de Bruxelles começou na década de 1980, para atender o mundo do vinho. Alguns anos depois, o Spirits Selection ampliou o escopo do evento e passou a abranger outros fermentados e bebidas com alto teor alcoólico, onde se encaixam os destilados e, entre eles, a cachaça.

Apesar do nome, o concurso é itinerante, e já passou pela Europa e Ásia, até chegar a São Paulo, em 2015. Este ano, o evento contou com mais de 700 amostras de bebidas como uísques, tequilas, conhaques, grapas, piscos e outras cachaças.

O Sistema Sebrae também tem tradição no Concurso Mundial de Bruxelas – Spirits Selection, pois vários alambiques ao redor do país que contam com seus serviços e consultorias destacam-se ano após ano. Só na edição 2015, das 51 premiações distribuídas, 32 foram para pequenos negócios apoiados pelas unidades do Sebrae nos estados, inclusive as três primeiras colocadas.

Cachaça no Brasil

De acordo com o Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC), o Brasil possui aproximadamente 40 mil produtores de cachaça, sendo que 98% deles são Empresas de Pequeno Porte (EPP) ou Microempresas (ME), que geram cerca de 600 mil empregos diretos e indiretos.

O produto movimenta, a cada ano, mais de R$ 7 bilhões, com média de 11,5 litros consumidos por pessoa por ano em bares e restaurantes (70% do consumo) e em outros locais de venda. Das quatro mil marcas de cachaça que disputam mercado no Brasil, apenas 1% da sua produção anual é exportada. Esse fato faz com que seja apontada como a única bebida, na atualidade, capaz de ter um boom no mercado internacional.

Além da importância econômica, a cachaça faz parte da cultura brasileira com o devido reconhecimento da União e dos estados. Ela é considerada a “bebida nacional” por um Decreto Federal de 2003; Patrimônio Cultural de Minas Gerais por Lei Estadual; e Patrimônio Histórico e Cultural do Rio de Janeiro, também por Lei Estadual. (Do Portal do Empreendedor)

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